segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Uma Nova Visão de Aquecimento Global ?

Em entrevista concedida ao Uol pesquisado afirma visualizar de outro modo o Aquecimento Global

Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

Segundo Luiz Carlos Molion, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU
Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: “perder meu tempo?” Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O metereologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.
UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.
UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.
UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.
UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

Fonte de Pesquisa: UOL

domingo, 13 de dezembro de 2009

Movimentos Migratórios

Ação e efeito de emigrar ou deixar o próprio país para ir viver em outro. Também por extensão se denomina migração os movimentos da população que se produzem dentro do próprio país. O termo emigração refere-se ademais ao conjunto de habitantes que trasladam o seu domicilio; já seja por um tempo ilimitado ou temporalmente, de um país, região ou povo a outro distinto.
Aínda que se trata do mesmo fenômeno, denomina-se imigração quando o ponto de observação é o da recepção de massas migratórias e emigração quando o fenômeno é observado desde o lugar emissor.
As razões que levam o ser humano a emigrar respondem a uma necessidade de caráter vital que pode ser suscitada por questões de restrição econômica, política e/ou ambiental
A pirâmide etária é o gráfico que representa a estrutura de sexo e idade de uma população. É baseado numa estrutura etária da população, ou seja, a repartição da população por idades. Nesse tipo de gráfico, cada uma das metades representa um sexo; a base representa o grupo jovem (até 19 anos); a área intermediária ou corpo representa o grupo adulto (entre 20 e 59 anos); e o topo ou ápice representa a população idosa (acima de 60 anos).
As pirâmides etárias são usadas, não só para monitorar a estrutura de sexo e idade, mas como um complemento aos estudos da qualidade de vida, já que podemos visualizar a média do tempo de vida, a taxa de mortalidade e a regularidade ,ou não, da população ao longo do tempo. Quanto mais alta a pirâmide, maior a expectativa de vida e, consequentemente, melhor as condições de vida daquela população.Também pode se saber em que lugar o país representado na piramide etaria esta na Nova Ordem Mundial, ou seja, se é um país do Norte(país desenvolvido) ou do Sul(país emergente), quando o país é desenvolvido a pirâmide tm uma forma retangular e quando emergente triangular.
Uma guerra, por exemplo, provoca distúrbios visíveis numa pirâmide etária: uma queda no número de jovens e adultos do sexo masculino é o mais comum deles. Normalmente, após uma crise como essa, é notável uma reposição populacional estimulada pelo governo,


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Geografia x Midia - Para Reflexão



Após visitar um blog da minha região e colocar minha opnião sobre um determinado assunto e postar uma informação sobre o fato em debate e o comentário ficar exposto apenas alguns dias e depois se retirado. Coloco essa postagem para reflexão.

Censura

é o uso pelo estado ou grupo de poder, no sentido de controlar e impedir a liberdade de expressão. A censura criminaliza certas acções de comunicação, ou até a tentativa de exercer essa comunicação. No sentido moderno, a censura consiste em qualquer tentativa de suprimir informação, opiniões e até formas de expressão, como certas facetas da arte.O propósito da censura está na manutenção do status quo, evitando alterações de pensamento num determinado grupo e a consequente vontade de mudança. Desta forma, a censura é muito comum entre alguns grupos, como certos grupos de interesse e pressão (lobbies), religiões, multinacionais e governos, como forma de manter o poder. A censura procura também evitar que certos conflitos e discussões se estabeleçam.A censura pode ser explícita, no caso de estar prevista na lei, proibindo a informação de ser publicada ou acessível, após ter sido analisada previamente por uma entidade censora que avalia se a informação pode ou não ser publicada (como sucedeu na ditadura portuguesa através da PIDE), ou pode tomar a forma de intimidação governamental ou popular, onde as pessoas têm receio de expressar ou mostrar apoio a certas opiniões, com medo de represálias pessoais e profissionais e até ostracismo, como sucedeu nos Estados Unidos da América com o chamado período do McCartismo. Pode também a censura ser entendida como a supressão de certos pontos de vista e opiniões divergentes, através da propaganda, manipulação dos média ou contra-informação. Estes métodos tendem a influenciar e manipular a opinião pública de forma a evitar que outras ideias, que não as predominantes ou dominantes tenham receptividade.Uma forma moderna de censura prende-se com o acesso aos meios de comunicação e também com as entidades reguladoras (que atribuem alvarás de rádio e televisão), ou com critérios editoriais discricionários (em que por exemplo um jornal não publica uma determinada notícia). Muitas vezes a censura se justifica em termos de proteção do público, mas na verdade esconde uma posição que submete os artistas ao poder do estado e infantiliza o público, considerado como incapaz de pensar por si próprio. Actualmente a censura pode ser contornada mais eficazmente, com o recurso à Internet, graças ao fácil acesso a dados sem fronteira geográficas e descentralizado e aos sistemas de partilha de ficheiros peer-to-peer, como a Freenet. O uso cotidiano da censura promove um movimento de defesa bastante corrosivo que é a auto-censura, quando os produtores culturais e formadores de opinião evitam tratar de questões conflitivas e divergentes.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Geografia x Mundo

A atual crise econômica e social que atinge toda a humanidade, com maior ou menor intensidade em cada nação, implica não só num certo esgotamento das formas tradicionais de apreensão do real, na medida em que estas não satisfazem na busca de soluções para o problemas, como também numa nova busca, teórico metodológica, que venham à açambarcar a complexidade crescente das relações sociais.

Dentro deste cenário surge a importância do espaço, pois, de um certo modo, o seu estudo apresenta um caráter unificador, dos vários campos da ciência, o que é saudável frente à contínua divisão do saber, que crie o mundo dos mudos e surdos, cada qual não compreendendo o que o outro diz, dificultando ainda mais a busca de soluções que devem ter caráter global e não parcelar.

Mas, se a nível teórico, o grande desafio está em apresentar soluções em escalas mais amplas que aquelas decorrentes pelo atual estágio da evolução teórica-metodológica da ciência em geral; a nível concreto, tal desafio corresponde aos impasses ocorridos a partir da universalização do caráter comercial das coisas, o capital torna mercadoria a casa, a roupa, a comida, a educação e o próprio espaço. O espaço passando a ter valor, torna-se mais raro e conseqüentemente motivo de luta e disputa. O espaço deixa de ter aquela aparência inerte, para ter profunda importância na própria reprodução dos mecanismos que o tornam mercadoria. A evolução do modo de produção capitalista gerou condições que tornam a produção do espaço como um elemento intrínseco à própria dinâmica da reprodução do capital.

Uma forma de perceber esta nova condição do espaço, se dá pela evolução do setor imobiliário, este setor vem nos últimos tempos apresentando significativa importância pois o produto com o qual trabalha, o terreno, adquire um maior valor em relação aos outros utensílios necessários, não só para a reprodução da força de trabalho ( em relação à escola, a roupa, comida e lazer ), como na própria reprodução do capital ( o lugar central, tendo cada fração do capital um lugar próprio; sendo condição sine qua non para a própria vida da empresa ).

Vejo que as condições capitalistas tornaram certas mercadorias mais populares, como o carro, a calça jeans e assim por diante, que estão dentro da própria dinâmica do aumento da decomposição orgânica do capital que visa a manutenção da taxa de lucro média, mas por outro devemos dar ao espaço tratamento diferente, isso porque seu caráter seletivo se acentuou, tornando os setores econômicos que atuam com esse objetivo mais importantes que antes. Essa acentuação, no entanto, ao contrário da produção de certas mercadorias, tem como conteúdo o caráter não só econômico, mas também político e ideológico. O espaço ao se tornar mais raro, adquire um maior caráter político e ideológico por ainda ser uma condição essencial à qualquer atividade humana. Nós podemos abrir mão de um automóvel ou de uma calça jeans, mas do espaço

sábado, 14 de novembro de 2009

Monitor Campista x Campos dos Goytacazes

Campos dos Goytacazes, cidade conhecida no Brasil pela planície dos indios Goytacazes, terra de homens ilustres na história de nosso pais, terra da cana de açucar e do petroleo. Pena que as qualidades do passado, estão sendo apagadas pela ausência e competência de uma politica verdadeira. Há anos Campos sofre com os caprichos de poucos, que gera sofrimentos de muitos. O Jornal Monitor Campista e mais um desses gigantes do passado glorioso que começa a agonizar até morrer. O bom para o momento em Campos e a verdade que dar certo nesta cidade, ninguém a muito tempo liga de verdade para essa cidade, que infelismente hoje só aparece na mídia, em escadalos. Aproveito o texto não só para o Jornal, mas para os jovens que parte de nossa terra, para outros municipios porque não tem vez, em quanto temos milhões a investir. Outros municipios crescem e desenvolve e Campos se prende somente em manter a herança não da Cana de açucar como produtor, mas dos seus coroneis. Vejo com tristeza minha cidade, onde a justiça e feita para ser desrespeitada. Que exemplo podemos dar, ãos vizinhos: nada. Somente o mal exemplo de não valorizar o passado e destruir o pouco que restou. A todos que participaram da linda história desse jornal, saiba que vocês fizeram a História de desse Rico municpio, que não precisa de assistencialismo, mas de dignidade humana, não precisa de ações de faz de conta, mas de emprego de qualidade, no qual o curriculo do canditato ateste sua formação para o cargo almejado e não uma indicação nas esferas onde somente os qualificados deveriam estar. Desejo melhora ao municipio de Campos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sociedade e Cultura : Ensino Religiso



O Ensino Religioso


Podemos definir a educação das mais diferentes formas e com parâmetros diversos, mas, em se tratando de seu objetivo final, todas as definições convergem para o desenvolvimento pleno do sujeito humano na sociedade. É aqui onde o Ensino Religioso fundamenta a sua natureza: o homem para adquirir seu estado de realização integral necessita da perfeição religiosa, também.
"Dentre os inúmeros instrumentos de que dispõe a sociedade para alcançar tão elevado objetivo está a religião, pois somente quando se coloca a questão da transcendência, a que se denomina Deus, encontra a comunidade humana e cada uma das pessoas individualmente, respostas às perguntas fundamentais que todos se colocam diante da vida." (Catão, 1995).
O Estado, a quem, hoje, se confia a educação da maior parte da sociedade, reconhece a necessidade de uma educação religiosa, sem no entanto dizer como realizá-lo. Em todo caso, ele não pode prescindir dos questionamentos fundamentais de toda pessoa humana, e que constitui o próprio fundamento da sociedade.
Ensino Religioso é a disciplina à qual se confia, do ponto de vista da escola leiga e pluralista a indispensável educação da religiosidade. Aqui, já vale observar a necessidade de se superar uma posição monopolista e proselitista, para que haja uma autêntica educação da religiosidade inserida no sistema público de educação em benefício do povo.
"Pela primeira vez, pessoas de várias tradições religiosas, enquanto educadores, conseguiram encontrar o que há de comum numa proposta educacional que tem como objeto de estudo o transcendente." (Parâmetros Curriculares Nacionais). É certo, alguns comemoram como uma grande conquista a sua aprovação em lei, porém ninguém pode negar a complexidade e seriedade desta questão.
Então, será mesmo a aprovação do Ensino Religioso uma conquista? Ou estaria havendo, como muitos alegam, uma confusão de papéis: escola/igreja, ciência/religião, público/privado?
Os problemas da carência de fundamentação nas ciências vem reforçar o binômio fé/ciência. Portanto, qual é o fundamento, que parâmetros são tomados para a viabilização do Ensino Religioso? Esta é a questão que pretendo discutir no presente artigo, a partir da bibliografia ainda escassa, principalmente em se tratando de discussão filosófica.

O Ensino Religioso na L.D.B.


Com a nova L.D.B. muitas mudanças vem sendo organizadas a curto e longo prazo, seja do ponto de vista estrutural, quanto do conteúdo de nosso sistema educacional.
Para o Ensino Religioso, inicia-se uma nova fase da história, foi aprovado uma nova lei que o constitui, agora, em uma disciplina com todas as propriedades, enquanto tal. Isto significa que o Ensino Religioso não se dá mais no processo linear como foi concebido até recentemente, mas por meio de articulações complexas num mundo pluralista e multiforme, pois é nela e a partir dela que se inicia o processo. O próprio artigo 33 da L.D.B., já sofreu muitas críticas e está hoje em vigor na redação que segue mais adiante. Antes do artigo, é interessante observar o texto em que foi remetido à imprensa, na tarde de 17/6/97.
"O substitutivo do deputado Padre Roque (PT-PR) foi votado na Sessão da Câmara dos Deputados no dia 17/06/97. O texto aprovado corrige distorções históricas do Ensino Religioso, modificando a redação do artigo 33 da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (...)
A grande novidade a ser introduzida é que o Ensino Religioso deverá ser tratado como disciplina do sistema de ensino, cujos conteúdos deverão primar pelo conhecimento religioso que forme consciências e atitudes anteriores a qualquer opção religiosa." (Joel de Holanda, PE).
"Substitutivo ao Projeto de Lei n. 2.757, de 1997. (Dá nova redação ao artigo 33 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.) O Congresso Nacional decreta: Art. 33 – O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 1º - Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. 2º - Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso."
É interessante observar que apesar do decreto, o substitutivo não está sendo publicado pelo GAT – Estadual (Grupo de Assessoramento Técnico Estadual.
É preciso esclarecer e renovar o conceito de ensino religioso, da sua prática pedagógica, da definição de seus conteúdos, natureza e metodologia adequada ao universo escolar, como propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais.

A Natureza do Ensino Religioso


Para a compreensão da razão de ser do Ensino Religioso é preciso partir de uma concepção de educação que a entenda como um processo global, integral, enfim, de uma visão de totalidade que reúne todos os níveis de conhecimento, dentre os quais está o aspecto religioso.
Toda sociedade possui um ethos cultural que lhe confere um caráter todo particular, e fundamenta toda a sua organização, seja ela política, social, religiosa, etc. E não é senão a partir da compreensão desse ethos, que poderemos contribuir com as novas gerações, no seu relacionamento com novas realidades que nos são propostas: o individualismo, o descartável, a experiência religiosa sem instituição etc.
O conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade necessita estar à disposição na Escola. Em vista da operacionalização deste processo, o Ensino Religioso tem se caracterizado pela busca de compreensão desse sujeito, explorando temas de seu interesse, de forma interdisciplinar, com estratégias que considerem este novo perfil de indivíduos, estimulando, sobretudo, o diálogo.
A antropologia cultural, depois de muitos estudos históricos, deu ao fenômeno religioso o reconhecimento de seu caráter universal. Fato este, que nos leva a um reconhecimento ainda maior da originalidade deste fenômeno em e de cada cultura em específico.
"A religião nasceu a partir do fenômeno morte."- afirma Frei Vicente Bohne, da Coordenação dos Parâmetros C.N.). A angústia existencial que necessita de uma resposta, ao longo da história da humanidade conseguiu elaborar, basicamente quatro respostas: a Ressurreição, a Reencarnação, o Ancestral, o Nada.
Aqui, é preciso deixar muito claro que o Ensino Religioso não pretende ser nenhuma experiência de fé, mas que precisa se manter para a sua própria razão de ser, sob o fundamento do conhecimento.

A dimensão Pedagógica


A partir de uma abordagem antropológico filosófica, que reconhece o fenômeno religioso como decorrência de sua propriedade humana, de sua condição existencial, e seguindo para uma abordagem mais específica e de nossos interesses que é a de ordem pedagógica, podemos dizer que o específico do religioso para o Ensino Religioso é ajudar o aluno a se posicionar e a se relacionar da melhor forma possível com as novas realidades que o cercam. Primeiramente em relação aos seus limites e depois quanto às linguagens simbólicas.
O Ensino Religioso é , portanto, uma questão diretamente ligada à vida, e que vai se refletir no comportamento, no sentido que orienta a sua ética.
"Na medida em que as religiões tenderam a se institucionalizar e a se tornarem organizações públicas, mantidas e presididas pelo rei ou sustentadas oficialmente como um bem do Estado, pela comunidade política, introduziu-se uma distinção, mais ou menos perversa, entre ética, regulada pela fidelidade dos cidadãos aos costumes e bens da comunidade política, e a religião, cujas práticas eram ditadas pela fidelidade aos ritos e celebrações, independentemente da qualidade ética, tanto dos cidadãos como dos sacerdotes que os presidiam." (Catão, p. 44). Essa dicotomia entre religião e vida marcou muito fortemente a religião, tornou-se um dos mais graves problemas do cristianismo latino-americano, como identificou o episcopado católico em Santo Domingo, em 1992.
Tudo isto, ilustra um pouco da necessidade e a seriedade para se orientar a formação de um profissional que ainda não temos. Este, deverá estar capacitado, qualificado por uma visão e atuação muito maior que mostrou possuir a prática até hoje, e no qual o conteúdo deixe de ser quase que exclusivamente uma reflexão de valores, mas possa explicitar áreas específicas do conhecimento religioso.
Houve avanços quanto ao direcionamento pedagógico desde as reflexões e lutas pela inserção do Ensino Religioso, garantida na constituição Federal, em 1987/1988 – "O Ensino Religioso ocupa-se com a educação integral do ser humano, com seus valores e suas aspirações mais profundas. Quer cultivar no ser humano as razões mais íntimas e transcendentais, fortalecendo nele o caráter de cidadão, desenvolvendo seu espírito de participação, oferecendo critérios para a segurança de seus juízos e aprofundando as motivações para a autêntica cidadania.". Todavia, a inquietação do "como fazer" ainda continua sendo crucial.
A sala de aula não pretende ser uma comunidade de fé, mas um espaço privilegiado de reflexão sobre limites e superações. Isto implica a necessidade de se construir uma pedagogia que favoreça tal perspectiva, porque o que objetivamos é fruto de uma experiência pessoal, na incansável busca de respostas par as questões existenciais. É preciso interpenetrar teoria e prática.
Nesse processo, a elaboração de uma linguagem simbólica favorece a descoberta e experiência dessa realidade, portanto, podemos considerar quanto aos aspectos essenciais que orientam a ação pedagógica do Ensino Religioso a pedagogia do limite, a linguagem simbólica, os livros sagrados, e a dimensão dos valores.
A prática vai se dar na ordem da linguagem simbólica, procurando desenvolver o educando na capacidade de decifrar a linguagem simbólica e na compreensão das experiências do transcendente.

O Ensino Religioso e Ética


Muitos - sem compreender sua dimensão específica - questionam: "para quê o Ensino Religioso se já temos a Ética como um dos Temas Transversais, com todo um conteúdo?". A própria história do Ensino Religioso nos mostra que a Ética até há poucos foi o principal objeto do Ensino Religioso, quando não uma doutrinação religiosa. Nesta perspectiva, precisamos compreender com clareza de que ética se está falando.
"Toda religião comporta uma ética e toda ética desemboca numa religião, na mesma medida em que a ética se orienta pelo sentido do transcendente da vida humana" (Catão, p. 63). É necessário superar as errôneas e muitas vezes limitadas definições de ética e propor uma ética da consciência e da liberdade em lugar da ética da lei e da obrigação. Na raiz da Ética, como contempla o Ensino Religioso, está a busca da Transcendência que dá sentido à vida, que proporciona a plena realização do ser humano pessoal e social.

Considerações finais


A universalidade de uma discussão com base no respeito à pluralidade de posições e opiniões diante do religioso, na minha opinião, é a essência que viabiliza o Ensino Religioso.
Passou-se o tempo, como diz o Frei Vicente Bohne, em que este conceito era apreendido com o leite materno. Considero que, certamente, a família e a Igreja são os espaços por excelência dessa reflexão, mas o fato é que vivemos hoje numa realidade em que, apesar das limitações, a escola é o espaço privilegiado em que se pode realizar tais discussões. A Igreja em participação com outras entidades civis, longe de quaisquer forma de proselitismo, quer dar a oportunidade a todo indivíduo de refletir sobre as questões fundamentais da existência humana.
Passamos por uma megatendência de mudanças sociais, políticas e tecnológicas que se formam gradualmente a partir de diferentes variáveis ambientais e que, uma vez configurada, nos influencia. As instituições e organizações existem para agir no mundo, na sociedade e na história ajudando o indivíduo a pensar, a se posicionar frente às questões fundamentais da vida e a encontrar respostas, ou meios para uma resposta.
Acredito que as reflexões que nos propõe o Ensino Religioso, incluindo mesmo os que optam para uma negação de sua religiosidade, permite esclarecer posições, e uma autenticidade na busca da integridade humana, e a colaborar para a construção de uma sociedade melhor.
Muitos dizem que a sociedade está em crise, a educação está em crise, que não existem mais valores, mais ética, culpando esta ou aquela estrutura, mas talvez seja necessário, antes disso questionar as oportunidades que oferecemos às crianças e jovens de desenvolver a dimensão da consciência religiosa que faz parte de seu ser.


Fonte: Matilde Tiemi Makiyama(Pedagoga-FEUSP)
Site: http://www.hottopos.com/videtur4/o_ensino_religioso.htm

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sociedade e Religião II = “Globalização – Ciência, Cultura e Religiões




Globalização e Religiões


Abordar o tema do papel das religiões no fenómeno da globalização, é acentuar a importância da cultura neste processo de unificação da humanidade como uma única família humana. Não quero, com isto, significar, que a religião se identifica com a cultura, mas verificar a importância decisiva das religiões no caldear das culturas, introduzindo-lhe uma componente decisiva: a referência do homem ao transcendente.
A importância da mediatização do mundo contemporâneo no processo da globalização acentuaria, em princípio, a importância decisiva da cultura nesse processo. Como tudo na história, também o processo de globalização é dialéctico. A humanidade está hoje perante um dilema: ser avassalada por uma globalização mecanicista, ao ritmo dos mercados e da assimetria dos processos económicos e dos ritmos de desenvolvimento, com acentuação das clivagens e das injustiças, ou lutar por uma globalização com sentido, cujo ritmo seja marcado pelas culturas. A globalização só significará um progresso qualitativo da humanidade, se a dimensão cultural lhe marcar o ritmo e desvelar o sentido. Não haverá globalização digna do homem sem primazia da cultura; nenhuma cultura será capaz de garantir o sentido positivo da globalização, se não valorizar o factor religioso.
Dada a pluralidade e especificidade das diversas culturas e religiões, um dinamismo se revela essencial no processo de globalização: o do diálogo inter-cultural e inter-religioso. É uma perspectiva que faz, timidamente, o seu caminho vencendo obstáculos aparentemente intransponíveis: a dimensão étnica das culturas e das religiões; a identidade dos povos ligada às tradições culturais e religiosas; o carácter irredutível da dimensão dogmática das religiões e das culturas; as tentações sincretistas, que geram mecanismos de defesa e afirmações fundamentalistas; o desvirtuar da pureza das religiões, manipulando-as para objectivos políticos ou económicos.
Mas nenhuma destas dificuldades pode impedir o diálogo, que terá por base o respeito e o conhecimento mútuos, na valorização de valores comuns. Ao nível da dimensão ética que tece o sentido do homem e da história, vai-se decantando uma espécie de “universal humano”, que sublinhará a relação entre religião, cultura e criação, frente ao qual cada religião é chamada a um aprofundamento que lhe alargue o horizonte e busque a radicalidade. A construção deste “universal humano” não se fará à custa de sincretismos descaracterizantes, mas sim do reconhecimento mútuo de valores fundamentais.
O processo da globalização é também um dinamismo de mutação cultural e o diálogo inter-religioso é um bom caminho para as religiões entrarem nesse processo de transformação das culturas.

Um outro elemento, interessante de analisar, no processo de globalização: a relação entre esta e a busca da universalidade. O sentido da universalidade está presente nas grandes religiões do mundo. Eu tenderia mesmo a considerá-lo constitutivo da autêntica religião. Quando uma fé religiosa se considera decisiva para o destino do homem, é natural que ela se considere decisiva para todos os homens. É, aliás, este dinamismo de universalidade, que fundamenta o sentido de missão e de anúncio da própria fé.
No judeo-cristianismo, tradição religiosa que conheço melhor, esta dimensão de universalidade é constitutiva da própria fé. Já no Génesis Deus celebra com Noé uma Aliança com toda a Humanidade e o arco-íris será o seu sinal (cf. Gen. 9,8-17). O Profeta Isaías proclamará a vocação de universalidade da fé de Israel: “Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do Templo do Senhor se há-de erguer no alto das montanhas e ficará acima das colinas. Ali acorrerão todas as nações, ali irão ter povos sem número” (Is. 2,2-3). E as últimas palavras de Jesus aos seus Apóstolos sublinham a universalidade da salvação que Ele realizou: “Ide e de todas as nações fazei discípulos” (Mt. 28,19).
Este sentido de universalidade religiosa pode ter grande importância no processo cultural da globalização, pois trata-se de um dinamismo de igualdade fundamental de todos os homens, porque toda a verdadeira mensagem religiosa é um anúncio de salvação e de fraternidade, na construção da harmonia, da justiça e da paz. Mas também este dinamismo de universalidade encontra dificuldades na fase actual da humanidade, quando as diversas mensagens de universalidade se chocam ou entram em concorrência. A harmonia deste dinamismo exige a afirmação e a prática da liberdade de religião. Quando uma religião é proibida, significa que uma outra é imposta, em nome de interesses vários: a unidade do Estado, uma visão unilateral de tradição cultural, a defesa da própria religião. A afirmação do princípio da liberdade religiosa não contradiz o direito de uma sociedade valorizar a harmonia, consolidada na tradição, entre uma determinada religião e a cultura de um povo. Mas concilia com esse direito o respeito pela liberdade das pessoas e afirma a sua dignidade fundamental. Seria importante que os responsáveis políticos pelas Nações, no diálogo global, hoje inevitável, relativizassem o princípio da “real politique”, e não se regessem apenas por interesses económicos, mas introduzissem como assunto das relações bilaterais e multilaterais a defesa destes princípios fundamentais de afirmação da dignidade humana.
Fonte : Conferência Internacional
“Globalização – Ciência, Cultura e Religiões”

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sociedade e Religião I = Globalização e Pluralismo Religioso

Em tempos de globalização, neoliberalismo, mundialização, modernidade e pós-modernidade, as rotinas da vida cotidiana constituem um desafio para a religião. Este novo momento histórico desafia as formas religiosas diversificadas.
A religião, como um dos elementos centrais do campo simbólico da sociedade, não escapa a essa dinâmica cultural em que a sociedade está envolvida, na qual o heterogêneo e o diverso contrapõem-se ao monolítico e ao homogêneo; o concreto, específico e particular ao abstrato, geral e universal.
Nessa nova sociedade, a religião também muda, ela se desterritorializa, depende das forças mercantis da oferta e da procura; ela passa a ser orientada a adaptar-se a situações inusitadas e a novas demandas. Reage às suas concorrentes lançando mão da propaganda e dos meios eletrônicos de comunicação, simplificando sua linguagem em função de um limitado número de "produtos" religiosos.
Uma das coisas mais surpreendentes nessa nova dinâmica da religião é a facilidade que qualquer um tem de mudar de uma para outra sem problemas de consciência e de constrangimento. Estamos na era da religião do mercado sem fronteiras; ela se espalha e se fragmenta, não se sabe mais de onde veio; refaz-se a cada demanda; avança nos espaços e lança-se no mercado. A religião explode, se pluraliza, e por isso se sujeita à lei da concorrência; como mercadoria, é vendida a um conjunto de “clientes” que não se sentem mais obrigados a consumí-la.
Somos um país onde novas religiões e filosofias de vida despontam, transformando o Brasil num país mais tolerante e cada vez mais desenraizado em matéria religiosa e em termos culturais. Nunca as religiões foram tão livres para se instituírem, para concorrerem entre si e se multiplicarem. Vive-se uma livre concorrência entre os mais diversos tipos de organização religiosa (igrejas, seitas, cultos, centros, terreiros, ordens, denominações, comunidades, casas, redes, movimentos), as quais dialogam criticamente com a religião católica, ainda hegemônica no país.
O pluralismo religioso possibilita que o mercado concorrencial seja abastecido com uma variedade de ofertas religiosas (terapia corporal, mental e afetiva; cultos de reposição de energia; crença no poder dos cristais e de tantas outras formas de espiritualidades ou de manipulação de forças e energias), onde o melhor produto é aquele que cada adepto elege e consome como tal.
A pluralização é o rótulo de um tipo de sociedade que possibilitou os limites do desejo de escolha e de liberdade de preferências. No Brasil, aproximadamente um quarto da população adulta já teve a experiência do sentido da conversão e da adesão a uma outra religião, diferente daquela que herdou de seus pais.
A religião passa a interessar somente no sentido de seu alcance individual; aos poucos ela vai se reterritorializando na esfera do indivíduo e deste para a dinâmica das relações de consumo, vendo-se obrigada, agora, a ser regulada pelas regras do mercado.
A sociedade passa a recorrer à religião apenas festivamente, tendo em vista o aparecimento de formas religiosas que se apresentam como espetáculo. Aquela religião que era fonte de transcendência perdeu seu sentido; um outro tipo de religião que está preocupada com causas localizadas, reparos específicos, portanto, adquire expressão e relevância nos tempos atuais

sábado, 29 de agosto de 2009

Sociedade Local : O poder da Mídia


Os meios de comunicação influenciam vários aspectos da nossa vida: comportamental, profissional, comercial. Desde programas de entretenimento até os mais informativos têm grande poder de persuasão e influenciam em nossas decisões. Novelas ditam modas, notícias causam reviravolta nos mercados e na política, e a publicidade nos diz qual é o melhor produto a ser consumido.
O fato é que nem sempre estamos conscientes dessa “ditadura” que permeia nossas mentes e comportamento. Infeslimente, em nossa região, cada dia vai se perdendo a credibilidade na mídia regional, que são manuseados a grande maioria, por agentes políticos que querem formar a força a opinião local. O grande prejudicado e a própria população que não tem um canal democrático que possa emitir opiniões contrarias e divergentes para debates. Os Blogs e uma forma encontrada para purificar informações, criar um canal de debate que parte do cidadão comum para outro cidadão comum. Porém encontrarmos alguns Blogs que restringe os comentários e nem dar uma resposta satisfatória a pergunta feita ou ao comentário postado mesmo se identificado. Esse poderá ser um blog que já se contaminou com o poder da mídia local.
Democracia e também aceitar o diferente, mesmo se essa ação necessitar criar mecanismos que quebre o paradigma.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A geografia da sociedade globalizada e o apocalipse ambiental


Estamos vivenciando o fenômeno da globalização, processo que teve início no século XV, com as grandes navegações, e que se intensificou nas últimas três décadas do século XX, propiciando a “mundialização” do espaço geográfico, fenômeno que ultrapassa os limites do nacional para atingir a universalização de idéias, valores, padrões e procedimentos, alcançando a esfera econômica, como também o quadro social, político, científico, informacional, cultural e ecológico.
Parafraseando o geógrafo brasileiro Milton Santos (1994), atualmente vivemos o chamado “período técnico-científico-informacional”, caracterizado pelo grande avanço científico e tecnológico, marcado pelo domínio da tecnologia, da robótica e da biotecnologia.
Diante disso, o planeta está cada vez mais conectado, gerando a idéia de que o mundo está cada vez menor. As telecomunicações e a informática possibilitam imagens vistas em todas as partes do planeta, diminuindo o tempo e a distância da comunicação. Testemunhos vivos deste período incorporados ao cotidiano humano, são, a saber: informática, computador, internet (sistemas http// e www), softwares, caixa 24 horas, telefone celular, chips, fibra ótica, código de barras, GPS, robôs, cartões magnéticos, DVD, MP3, satélites, viagens interplanetárias, animais clonados, transgênicos, cibercultura, etc.
Apocalipse já: a questão ambiental na era globalizada
Outro ponto que merece ser discutido no âmbito da sociedade global é a questão ambiental, assunto tão discutido teoricamente e pouco colocado em prática. A exploração abusiva dos recursos naturais coloca a humanidade diante de um apocalipse real, a catástrofe causada pelo aquecimento global, que se esperava para daqui a trinta ou quarenta anos já começou: aumento na temperatura, degelo nas zonas glaciares, aumento do nível do mar, desertificação, seca na Amazônia, furacões, ciclones atípicos no Brasil, são algumas mudanças provocadas pelo desmatamento, pela emissão de gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, queimadas, poluição e contaminação bombardeiam o frágil equilíbrio das quatro esferas geográficas: atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera acelerando a destruição da nave Terra.
Se as conferências e encontros mundiais sobre o meio ambiente, como a Rio 92, a Rio +5 (1997), a Rio +10 (2002) e, recentemente a Conferência das Partes – COP 8, deixaram claro que a natureza é finita, limitada e que funciona dentro de um sistema interdependente e que precisa de cuidados para manter seu equilíbrio natural. Fica aqui a pergunta: o quê de fato os governos, empresas e a sociedade civil estão fazendo para reverter a velocidade de suas práticas econômicas antiecológicas?
A princípio, temos uma resposta para a indagação acima: as informações e a preocupação com a saúde da natureza são colocadas em “xeque ou em cheque”, no Brasil, já existe uma nova indústria parecida com a da seca: é a “indústria do meio ambiente”, recursos destinados à proteção das florestas, dos rios e dos animais são desviados pelo Poder Público, pelas ONG’s e pelos organismos privados (Mariano Neto, 2003).
O cenário ambiental atual é adverso, mas não justifica a inércia. Sabemos que para combater o aquecimento global, principal agente do desequilíbrio ambiental da Terra, é preciso utilizar cada vez mais fontes alternativas de energia e diminuir a emissão de gases que provocam o efeito estufa.
Sabemos que os seres humanos se adaptaram aos novos ambientes terrestres – essa é a chave do sucesso evolutivo da espécie humana. Mas um mundo mais quente pode ser cheio de surpresas, a maioria delas desagradável e catastrófico.
Quem ganha e quem perde na sociedade global
No produto da economia global, a concretização do neoliberalismo, expressão econômica do mercado global, caracterizada pelas grandes incorporações internacionais interessadas na eliminação das fronteiras nacionais ou, mais precisamente, na remoção de qualquer entrave à livre circulação de seus capitais, tudo em nome de uma política de encolhimento e enfraquecimento do Estado.
A mundialização da produção, da circulação e circuitos financeiros imediatos são manobrados pelo capital especulativo, que circula a uma velocidade luminar, com parada de metrô em cada uma das bolsas de valores mundiais. Incontroláveis, transitórios e deixando marcas irreversíveis no mundo do capital produtivo (Mariano Neto, 2003, p.53).
Nas palavras de Milton Santos (1996, p.32) “todos os lugares são mundiais, mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza, mesmo, são as pessoas e os lugares”.
Diante deste fenômeno complexo e contraditório, os valores difundidos pela globalização no mundo atual que levam a desigualdade, a dependência e a exclusão de parte da população e dos países menos favorecidos, devem ser analisados dentro de uma ótica crítica diante de tais fatos concretos.
Em resumo, não devemos ver a globalização como um produto sem erros de fabricação. Aí estão visíveis as lacunas que separam os ricos dos pobres e as nações desenvolvidas das subdesenvolvidas que estão aí a solicitar empréstimos e ajuda humanitária. Um outro defeito do espaço global é o desemprego estrutural que é crescente mesmo com o desempenho favorável de algumas economias. Postos de trabalho são eliminados pelas máquinas e muitos indivíduos são jogados ao terror da falta de emprego e de políticas que poderiam criar alternativas de trabalho para os cidadãos.
Dentro do processo de globalização o desemprego não é privilégio apenas das nações pobres, pois se alastra em todos os países do globo e desafia a todos os defensores do mundo globalizado que não tem a fórmula correta para combater tal anomalia.
Fonte: Por Márcio Balbino Cavalcante

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Geografia do H1N1


O que é?
É uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. O quadro clássico tem inicio abrupto com febre, mialgia (dores musculares e articulações) e tosse seca.
O vírus influenza A, é altamente transmissível e mutável.O vírus influenza tipo “A” é encontrado em várias espécies animais, sendo as aves aquáticas silvestres seu principal reservatório.
O tipo “A” é o responsável pelas pandemias periódicas de influenza, a partir de aves e suínos, e posterior adaptação para transmissão interhumana.
A Influenza ou Gripe A, causada pelo vírus A H1N1 foi originalmente batizada de gripe suína, mas pela possibilidade desse nome gerar confusão entre a população que poderia acreditar que a doença pode ser adquirida pelo consumo de carne de porco – o que é incorreto – abalando o mercado de suinocultura, a doença foi rebatizada.
A Influenza A (H1N1), diferentemente da gripe aviária, que era transmitida de animais para seres humanos, se propaga de pessoa para pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.Eventualmente também pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de pequenas partículas residuais dessecadas, que podem ser levadas a distâncias maiores.A influenza tem altas taxas de ataque, disseminando-se rapidamente na comunidade e em ambientes fechados.O período de incubação varia entre um a sete dias com um período de transmissibilidade de dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas.
De repente surge a notícia de probabilidade de uma pandemia de "Gripe Suína", que se espalha a partir do México.
É incrível a velocidade de sua propagação e, mais que isso, a sua origem.
Trata-se de um vírus do tipo influenza, que se propaga pelo ar e é altamente infeccioso.
O que se pode dizer, a respeito de sua origem (além da questão biológica), é que, com as políticas neoliberais em curso no México, muito pouco ou quase nada, foi ou é investido em saneamento básico naquele país, principalmente na Cidade do México (a cidade mais populosa do mundo), onde a pobreza faz companhia para quase metade de sua população.
São grandes contingentes de pessoas em ônibus e trens lotados, respirando um ar carregado de toda a sorte de vírus e bactérias (a Cidade do México é a metrópole mais poluída do planeta). E, agora, o vírus da Gripe Suína, viaja de avião, a partir daquele país, para todas as partes do globo, a uma velocidade de 800 km/h. Rápido o bastante para, em poucas horas, já ser encontrado em pessoas de países de todas as partes do globo.
E agora, o que fazer?
Além da crise do capitalismo globalizado, da crise ambiental, temos no caminho da humanidade, uma provável crise de saúde pública.
Pois, o que se vai fazer para as pessoas não saírem de casa? Não serem expostas ao vírus?
Como, vai ficar o capitalista, se estas pessoas não saírem de casa, para trabalhar e consumir?
Qual será a resposta?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A CRISE ATUAL DO SISTEMA CAPITALISTA MUNDIAL

A crise recente do sistema capitalista mundial começa a partir do aguçamento da contradição entre o nível de desenvolvimento das forças produtivas e as relações capitalistas de produção. O processo de desenvolvimento do capital produziu um considerável avanço no desenvolvimento das forças produtivas, concentrado principalmente nos países desenvolvidos. O período recente de expansão da economia americana só foi possível através da transferência de mais-valia produzida em todo o mundo e pela gigantesca expansão do capital fictício, o que mascarou a pressão decrescente da taxa de lucro. Por outro lado, o desenvolvimento das relações capitalistas de produção, ampliou sua contradição interna entre o processo de socialização da produção e o caráter privado da apropriação. A produção socializa-se cada vez mais em escala mundial, pela forma de expansão do capital internacionalizado, pela constituição das redes internacionais de produção e pela internacionalização dos processos produtivos. Esse processo desestrutura as cadeias produtivas dos países subdesenvolvidos (onde havia), centraliza o capital e precariza profundamente a reprodução da força de trabalho. A parcela da população integrada ao mercado capitalista mundial encontra-se atendida em suas “necessidades” de meios de consumo duráveis e não duráveis. Ela se constitui apenas em mercado de reposição, que é dinamizado pelo intensivo processo de obsolescência técnica e física programada pela produção industrial. A integração de maiores parcelas da população ao mercado de bens capitalistas de consumo implicaria, em primeiro lugar, na necessidade de redistribuição da mais-valia. Isso deprimiria ainda mais a taxa de lucro aguçando a contradição decorrente da própria lei do valor. Defendo que a tendência recente à estagnação capitalista não permite vislumbrar, em sua saída, um novo ciclo virtuoso de crescimento do sistema mundial. O mais provável será um longo período de estagnação com espasmos localizados de crescimento com pouca possibilidade de retorno aos “gloriosos anos dourados”.

domingo, 12 de julho de 2009

O que faz de uma cidade uma cidade

Definir é uma coisa que nada tem de muito simples, pois exige um razoável, às vezes, até mesmo um elevado(dependendo da complexidade daquilo que se deve definir)poder de abastração.
As definições cientificas, normalmente, se referem a fenômenos bastante ou até mesmo extremamente gerais. A cidade é um objeto muito complexo e, por isso mesmo, muito difícil de se definir. A literatura a respeito do assunto “cidades”e, consequentemente, também as discussões sobre o conceito de cidade, aumentaram exponencialmente no decorrer do século XX.
O jeito, então, é advertir o leitor para o fato, inevitável, de que o que se pode fazer, aqui, é meramente, uma aproximação, com forte dose de generalização embutida. Para o sociólogo Max Weber, em um escrito seminal sobre a natureza das cidades, publicado originalmente em 1921, a cidade é, primordial e essencial, um local de mercado”. Já Christaller deu uma contribuição importante, introduzindo o conceito de localidade central . Toda cidade é, do ponto de vista geoeconômico, isto é, das atividades econômicas vistas de uma perspectiva espacial, uma localidade central, de nível maior ou menor de acordo com sua centralidade. A aldeia diversamente não è uma localidade central. A natureza de uma aldeia, ou do povoado, é mais “centrifuga”, para usar um termo de Christaller, porque as atenções de seus moradores estão voltados, para suas bordas(onde começam os campos de cultivo), do que centrípeta” como ocorre coma cidade, onde a área central de negócios, ou seu embrião, atrai os consumidores de toso tecido urbano, fazendo que as atenções dos citadinos se voltem para o centro doassentamento, e não para as franjas.
A cidade é, sob o ângulo do uso do solo, ou de atividades econômicas que as caracterizam, um espaço de produção não agrícola e de comércio e oferecimento de serviços. Nas bordas da cidade, é comum existir uma “faixa de transição” entre o uso da terra tipicamente rural e o urbano . Essa faixa de transição é chamada, entre os geógrafos anglo-saxões, de franja rural-urbana, e entre os franceses, comumente, de espaço periurbano.
A “lógica” rural é da terra enquanto terra de trabalho para a agricultura e a pecuária; o solo aqui, tem valor não apenas devido a localização do terreno, mas um valor intríseco, devido às diferenças de fertilidade natural. Já a “lógica urbana” é a do solo enquanto um simples suporte para atividades que independem de seus atributos de fertilidade.
Além de tudo isso, a cidade é, igualmente, um centro de gestão do território, por sediar as empresas. Porém, nem tudo se resume a economia! A cultura desempenha um papel crucial na produção do espaço urbano e na projeção da importância de uma cidade para fora de seus limites físicos, assim como o poder.
Cada pais adota os seus próprios critérios oficiais para estabelecer o que é um cidade, ou, mais amplamente, um núcleo tido como propriamente urbano.
Na verdade, a diversificação das atividades econômicas das cidades não dependem só do seu tamanho demográfico, do seu número de habitantes. Ela ocorrem, também, muito em função da renda das pessoas que lá moram, além de outros fatores histórico-culturais. E por fim, a centralidade, e, por conta disso, o status do núcleo como centro de gestão do território, terá igualmente, não só a ver com a quantidade de habitantes, mas também, com a renda dos habitantes e outros fatores.
Costuma-se pensar em uma cidade como entidade isolada e fortemente individual: a cidade x (uma cidade qualquer, hipotética) foi fundada em algum momento, há alguns ou muitos séculos, cresceu e sofisticou –se. Uma aglomeração urbana se forma quando duas ou mais cidades passam a atuar como um “minissitema urbano” em escala local, ou seja, seus vínculos se tornam muitíssimo fortes, no sentido acima exposto .
Se uma das cidades que formam uma aglomeração urbana crescer demais, apresentado-se como uma cidade grande e com uma de influência econômica, pelo menos regional, então não se está mais diante de uma simples aglomeração, mas de uma metrópole. Uma metrópole é também, por conseguintes, em escala local, polarizado, esse sistema, por uma cidade principal, que abriga o núcleo metropolitano.
No Brasil, foram criadas, na década de 70, nove regiões metropolitanas . Não resta dúvidas de que se tratava de reconhecer, formalmente,a existência de metrópoles de fato. É evidente, assim, que a criação e a gestão dessas primeiras regiões metropolitanas se deram sob a égide do centralismo e do autoritarismo. Uma megalópole é, também uma espécie de “sistema urbano” fortemente integrado, inclusive por fluxos de deslocamento diário de passageiros na base de transportes coletivos de massa. Só que, diferentemente das metrópoles, as megalópoles não são, do ponto de vista físico, entidades locais; elas se espraiam por áreas muito maiores, em escala regional ou, pelo menos, sub regional. De fato, megalópoles são formados por duas ou mais metrópoles, que se acham “costuradas”, por fluxos de modo semelhantes como cada metrópole individual se acha articulada internamente.
Por último, o termo “megacidades” fez suas aparições há alguns anos, popularizados a partir do ambiente anglo-saxão(megacites). O fato é aquilo que se chama de “megacidade” são, no fundo metrópoles. Talvez para chama mais atenção do grande público, tomando um termo de uso tão comum(cidade) e acrescentado-lhe um prefixo capaz de emprestar-lhe força dramática (mega).
Contribuição: Conteúdo fichado de obras de Roberto Lobato Corrêa.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A TERRA EM MOVIMENTO E AS PLACAS TECTÔNICAS

Um dos assuntos mais interessantes estudados por geólogos é aquele referente à estrutura da Terra e as transformações que ocorrem no planeta. A maior parte dos processos de mudança, principalmente aqueles de abrangência global, são operados tão lentamente que os mesmos não são perceptíveis numa escala de tempo humano. Mas eles ocorrem de forma inexorável transformando a paisagem da Terra.
Forças internas do planeta agindo durante bilhões de anos elevam grandes massas rochosas (Cordilheira Andina e Alpina), dobram duras camadas de rocha e conseguem mesmo separar e mover continentes e abrir oceanos, rearranjando o mapa do mundo.Periodicamente, o homem se dá conta das forças extraordinárias do planeta, cuja magnitude pode ser avaliada nos grandes eventos dos terremotos, durante os quais grandes fendas se abrem no chão, prédios inteiros são destruídos, pontes e viadutos são levantados, suas estruturas de aço distorcidas, e alterações imponentes ocorrem na superfície dos terrenos num curtíssimo espaço de tempo. Do mesmo modo, erupções vulcânicas modificam rapidamente a paisagem, criando ou destruindo montanhas. Essas forças endógenas do planeta são responsáveis pela dinâmica presente na crosta terrestre. A Teoria das Placas Tectônicas, na qual a superfície da Terra (Litosfera) está dividida em placas relativamente finas (contendo continentes ou não) que se movem e se chocam, provocando terremotos, erupções vulcânicas e formando cadeias montanhosas, é fruto da capacidade imaginativa e científica de figuras importantes do mundo geológico.
A idéia de uma movimentação relativa entre os continentes pode ser inicialmente encontrada nos escritos de Francis Bacon, datados de 1620. Bacon impressionou-se com o fato de que o contorno da costa leste americana casava quase que perfeitamente com o contorno da costa oeste da África e Europa.A hipótese de uma possível deriva continental (continental drift) foi apresentada ao conhecimento público no começo do século XX pelo meteorologista alemão Alfred Wegener. Ele baseou-se principalmente em estudos e evidências de natureza climatológica para justificar a Teoria da Deriva Continental. Analisando registros paleoclimáticos nos diversos continentes, notou que nos Períodos Geológicos do Carbonífero (345 milhões de anos atrás) e Permiano (280 milhões de anos atrás), a África, a Austrália, a Antártica, a América do Sul e a península da Índia encontravam-se em período glacial. No mesmo Tempo Geológico, os grandes depósitos de carvão mineral estavam sendo formados na América do Norte, Europa e Ásia, e condições desérticas prevaleciam em toda a região norte. Os depósitos de carvão e os desertos são indicativos de clima quente, que ocorrem hoje em regiões tropicais e equatoriais. Aquelas condições climáticas não poderiam ser explicadas pela atual disposição espacial dos continentes, a não ser que os mesmos estariam sofrendo um movimento de deriva relativa. Wegener tentou demonstrar que ao se agrupar todos os continentes numa única massa continental (Pangea), no Período Permocarbonífero, com a América do Sul bem próxima ao Pólo Norte, poder-se-ia explicar a condição climática glacial reinante nos continentes anteriormente indicados.
Da mesma forma, pelo arranjo proposto, a América do Norte, Europa e Ásia estaria localizados em zonas paleoclimáticas tropicais próximas à linha do Equador. Wegener publicou seus estudos em 1915 "A origem dos continentes e oceanos", mas não conseguindo explicar que forças seriam capazes de mover imensos blocos continentais, e com a sua morte em 1930, a Teoria da Deriva Continental foi posta em esquecimento.
Com os avanços científicos que se seguiram decorrentes do desenvolvimento de novos instrumentos e tecnologias de investigação, a partir da metade do século, pode-se constatar novas evidências geológicas indicativas do movimento das placas terrestres. A descoberta e os estudos realizados ao longo das Cadeias Meso-oceânicas (oceanic spreading ridge) que constitui um sistema contínuo de elevações do piso oceânico, com forte atividade sísmica e vulcânica, por exemplo a Cadeia Meso-Atlântica, que se extende continuamente quase exatamente no centro do Oceano Atlântico, deu margem ao desenvolvimento da Tese de Expansão do Fundo Oceânico. Pode-se dizer que a Teoria de Placas Tectônica é fruto dos estudos de Deriva Continental e dos estudos da Expansão do Fundo Oceânico

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Texto 1 - O que é Política

É derivação grega a palavra “política”, que em seu sentido original significava “Politikos” que esta relacionada à cidade, porém ao conceito de polis que é mais abrangente do que cidade, entre os séculos 8 e 6 ac. Surgiram na Grécia as “polis”, cidades-estado, estas eram quase que como países atuais, Esparta e Atenas são as mais famosas, inicialmente a palavra política fazia referencia a tudo o que é urbano, civil, público, este significado expandiu-se com a obra Política de Aristóteles (384-322 ac.), onde passou a designar-se política como a arte ou ciência do governo, durante muito tempo passou a designar os estudos dedicados a atividade humana que de alguma forma se relacionam ao governo, porém em na atualidade representa as atividades praticas relacionadas ao exercício do poder do estado; sendo assim esta intimamente relacionada o conceito de política ao conceito de poder, segundo Bertrand Russerll (1872-1970), filósofo britânico “conjunto dos meios que permite alcançar os fins desejados”. O domínio da natureza pelo homem seria um desses meios o outro é o domínio do homem sobre o próprio homem, o poder político é apenas uma das formas de poder do homem sobre o homem, existe ainda o poder econômico, o ideológico. No poder político é possível valer-se da força como meio para exercer a vontade diante disto este pode ser considerado o poder supremo, para tanto o poder político conta com o apoio da sociedade, onde por intermédio do estado se exercita as punições quando estas são necessárias, ainda pode se destacar no poder político a universalidade e a inclusividade; o poder político possui limites, porém estes variam de acordo com o tipo de Estado, a política tem como objetivo a ordem pública e a defesa do território nacional e o bem social da população, este assunto mesmo não estando explicito nas conversas diárias é fundamental a vida de todos, pois através da política se constrói a vida da população, não podemos ingenuamente nos abster, cabe a população a discussão e pressão dos governantes.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ser Professor

Esta e uma forma de homenagem a todos os professores desta cidade que sofre com falta de uma politica educacional. Citado em especial a Professora Luciana, meu apoio e estima.

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se felizpelo que aprendeu com você e pelo que ele lheensinou... Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendotodos os dias, a cada dia é única e original... Ser professor é encontrar pelo corredor com cadaaluno,olhar para ele sorrindo, e se possível, chamando-opelo nome para que ele se sinta especial... Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender... Ser professor é envolver-se com seus alunos nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção necessária...Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado. Ser professor é equilibrar-se entre três turnos de trabalho e tentar manter o humor e a competência para que o último turno não fique prejudicado... Ser professor é ser um "administrador da curiosidade"de seus alunos, é ser parceiro, é ser um igual na horade ser igual, e ser um líder na hora de ser líder, é saber achar graça das menores coisas e entender que ensinar e aprender são movimentos de uma mesma canção: a canção da vida... Ser professor é acompanhar as lutas do seu tempo pelo salário mais digno, por melhores condições detrabalho, por melhores ambientes fisicos, sem misturar econfundir jamais essas lutas com o respeito e com o fazer junto aoaluno.Perder a excelência e o orgulho, jamais! Ser professor é saber estar disponível aos colegas e ter um espírito de cooperação e de equipe na troca enriquecedora de saberes e sentimentos, sem perder a própria identidade. Ser professor é ser um escolhido que vai fazer"levedar a massa" para que esta cresça e se avolume em direção a um mundo mais fraterno e mais justo. Ser professor é ser companheiro do aluno, "comer do mesmo pão", onde o que vale é saciar a fome de ambos, numa dimensão de partilha.. Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

domingo, 24 de maio de 2009

Sociedade: Desafios atuais

Anorexia
A mídia, sem dúvida, é responsável por boa parte da tirania que o ideal do corpo esquelético exerce nas pessoas.
Para constatação dessa influência massacrante, basta verificar o grande número de revistas e periódicos, sites e programas de televisão dedicados ao culto do corpo e dos cuidados corporais. Publicações do tipo Saúde Total, Forma Ideal, Dieta Plena, etc (nomes fictícios sugestivos) multiplicam-se a cada dia.
As pessoas passam a valer o inverso de seus pesos. Não se lê com a mesma proporção com que se malha. O prazer da comida, do sorvete, do brigadeiro se contrapõe à culpa das calorias... Depois de um jantar delicioso, experimenta-se tremenda ressaca moral.
Com tudo isso, outros valores fundamentais para o desenvolvimento da personalidade humana podem estar sendo esquecidos. O ser humano moderno corre o risco de ter sua existência estreitamente limitada aos limites de seu próprio corpo. Não se transcende mais a corporeidade através da reflexão, abstração e outras atividades meditativas
O termo Anorexia pode não ser de todo correto, tendo em vista que não há uma verdadeira perda do apetite mas sim, uma recusa em se alimentar.
A Anorexia Nervosa é então, um transtorno alimentar caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão de magreza e o medo mórbido de ganhar peso.
Na Anorexia Nervosa os pacientes podem empregar uma ampla variedade de técnicas para estimar seu peso, incluindo pesagens excessivas, medições obsessivas de partes do corpo e uso persistente de um espelho para a verificação das áreas percebidas como "gordas".
A auto-estima dos pacientes com Anorexia Nervosa depende obsessivamente de sua forma e peso corporais. A perda de peso é vista como uma conquista notável e como um sinal de extraordinária disciplina pessoal, ao passo que o ganho de peso é percebido como um inaceitável fracasso do autocontrole. Embora alguns pacientes com este transtorno possam reconhecer que estão magros, eles tipicamente negam as sérias implicações de seu estado de desnutrição.
Um estranho comportamento em relação à comida pode ser exibido por alguns desses pacientes. Eles costumam esconder comidas pelos armários, banheiros, dentro de roupas ou podem preparar pratos extremamente elaborados para amigos ou familiares. Ou ainda, podem procurar empregos como garçonetes, cozinheiros ou simplesmente colecionar receitas e artigos sobre comida. A preocupação crescente com alimentos corre juntamente com a diminuição no consumo. Assim, intensifica o medo de ceder ao impulso de comer e aumentam as proibições contra ela. Padrões de pensamento pré-mórbidos assumem um novo significado, um estilo de raciocínio de tudo-ou-nada leva a conclusão de que um grama de peso ganho significa uma transição de normal para gordo.





sábado, 9 de maio de 2009

Texto 3 - Pedagogia da Geografia

GEOGRAFIA CRÍTICA E CONSTRUTIVISMO:
UM CASAMENTO “SEM FESTA”.

Nos anos 60 e durante todos os anos 70, os geógrafos mostravam-se bastante insatisfeitos com o método analítico – dedutivo utilizado nos seus trabalhos e na compreensão do mundo. Mas por que essa insatisfação?
Devemos procurar resposta na realidade daquele momento, pois a mudança de visão de mundo não se dá do indivíduo para o mundo, mas do mundo para o indivíduo. “Em verdade, não é a nossa visão de mundo que mudou; o que mudou foi o próprio mundo”. A angústia dos geógrafos e dos professores de Geografia estava nesse ponto, ou seja, esses viam o mundo se transformando e, ao mesmo tempo, não conseguiam alcançá-lo com o referencial teórico – metodológico ao qual a disciplina estava presa – o positivismo.
A necessidade de uma explicação que considerasse a totalidade mundo e a transformação da sociedade fez com que a Geografia buscasse no método materialismo histórico as suas fundamentações, pois este foi o método que permitiu que se utilizasse de ferramentas metodológicas como a periodização para a explicação da realidade.
Para Hobsbawm (1998), no materialismo histórico o ponto de partida para a análise de uma sociedade, em qualquer momento de seu desenvolvimento histórico, deve ser o modo de produção, ou seja, a forma técnico – econômica do metabolismo entre o homem e a natureza, o modo pelo qual o homem se adapta à natureza e a transforma pelo trabalho. O pesquisador deve, também, incorporar em sua análise os arranjos sociais pelos quais o trabalho é mobilizado, destruído e aloucado.
A utilização do modo de produção, conforme aponta Gomes (2000), surgiu para a Geografia como o conceito que possibilitou afastar de vez o método positivista analítico – dedutivo, afastando, também, toda carga de neutralidade científica que ele carregava.
O centro de preocupação da Geografia Crítica passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção do espaço, exigindo, dessa forma, a negação dos velhos pressupostos da Geografia Tradicional.
O ensino de Geografia encontrava, finalmente, com a maturidade metodológica da disciplina, as bases para a sua negação e transformação. Para Versentini (1992a: 22), a Geografia Crítica ou radical aparece.
Sob a luz da Geografia Crítica é possível que realmente se possa desenvolver um ensino que favoreça o entendimento real e concreto da ação humana através da relação espaço-tempo – e de suas múltiplas relações e determinações, procurando compreender o movimento da sociedade sobre o espaço ao longo do tempo, o que poderá ocorrer através de uma visão de totalidade, e não fragmentada, descritiva e superficial da sociedade.
Para que os ideais da Geografia Crítica tenham sucesso na escola, precisamos romper com a estaticidade, a fragmentação e a neutralidade da Educação Tradicional. O aluno precisa ser inserido na Educação não como uma “tábua rasa” ou como um elemento que simplesmente reage a estímulos vindos de fora.
O referencial teórico-metodológico do professor é extremamente importante, pois é ele que vai conduzir toda a sua prática pedagógica. Se o seu referencial for positivista, como poderá romper com a prática tradicional?
A Geografia Crítica e o Construtivismo não estão ultrapassados. Na verdade, poucas foram as suas experiências reais, o que nos permite dizer que ainda tem muito a fazer e a desvendar. Historicamente, as condições para o casamento da Geografia Crítica com o Construtivismo já foram dadas. O que ainda não aconteceu foi a sua festa. Esse é o nosso desafio.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

SOCIEDADE: ADOLESCÊNCIA E SEXO

Há tempos esse tema, tido como tabu, vem sendo superando pela sociedade moderna. O sexo não é mais visto como algo sagrado, que deve ser feito somente com o cônjuge. Ao contrário, hoje ele é praticado de forma mais liberal e cada vez mais cedo. Aqui veremos como o jovem atual lida com esse tema.

Uma das grandes preocupações dos pais através dos tempos sempre foi a vida sexual dos filhos. Está não é, como muitos afirmam uma preocupação moderna. É uma coisa que preocupou os pais desde sempre. Só que até algumas décadas esse assunto era resolvido com uma grande dose de repressão e mantendo as crianças e os jovens no desconhecimento, na ignorância, por vezes total, sobre o assunto.
Os pais não conversam com os filhos, os quais tratavam de se informar do modo que conseguiam: lendo escondidos livros e revistas que encontravam, conversando com amigos, irmãos mais velhos etc. Uma vasta rede de informações, muitas vezes com dados incorretos e fantasiosos, sempre funcionou no sentido de suprir essa necessidade básica.
Hoje, as coisas caminham de forma diferente. Embora nem todos os pais consigam ainda conversar sobre sexo com os filhos, já aumentou bastante o número dos que se sentem à vontade para esclarecê-los e orientá-los.
Há basicamente dois tipos de pais: os que conversam sobre tudo com os filhos abrem o jogo e sentem-se confortáveis ao abordarem assuntos como sexo, aborto, homossexualidade, gravidez, e aqueles que, ou por não se sentirem bem ou por não acharem conveniente, consideram esses tópicos fora de questão, não havendo, portanto nenhum tipo de diálogo sobre isso. Entre esses dois, temos intermediários. Alguns falam através de metáforas, outros conseguem abordar apenas alguns aspectos, setindo-se intimidados ou despreparados para a conversa franca sobre alguns outros temas.
O ideal seria que todos os pais tivessem liberdade consigo próprio para poderem transmitir essas informações fundamentais aos filhos, mas, quando não é o caso, melhor é reconhecer isso e buscar outras soluções. Nada pior do que falar algo que não se sabe ou que se aborda timidamente ou de forma exagerada, passando ao interlocutor seus próprios temores. Dar aos filhos bons livros e artigos sobre o tema é uma forma interessante de contornar essa timidez, desde que isso seja feito na hora em que a criança ou o jovem demonstram interesse no assunto, e não uma obrigação ou uma aula de didática ou de geografia.
Tem gente que acha perigoso conversar porque acredita que isso poderia despertar o adolescente precocemente e levá-lo a iniciar sua vida sexual mais cedo. Esse medo, em geral, existe também em relação às drogas. Entretanto, vários estudos vêm mostrando que o saber não leva as decisões impensadas; ao contrário. Uma pesquisa recente em escolas que tinham em seu currículo aulas sobre educação sexual, na Inglaterra, verificou que seus alunos não tiveram iniciação sexual mais precoce do que os outros. Ao contrário, nessas escolas, a iniciação do jovem ocorria mais tarde. Na verdade, é muito mais provável que uma adolescente despreparada engravide, por exemplo, do que as suficientemente informadas sobre contracepção. No Brasil, o número de nascimentos por ano de crianças filhas de adolescentes é de um milhão. Já pensaram? Um milhão de bebês a cada ano, filhos de jovens que mal saíram da infância? Será que elas estavam bem informadas se isso ocorreria? A opção por iniciar a vida sexual também pode estar, em alguns casos, ligada à curiosidade. Muitas Jovens tiveram sua primeira relação sexual só para ver como é. Talvez, se tivessem acesso a informações uma parte de sua curiosidade estivesse satisfeita. Talvez muitos mitos ainda existentes sobre sexualidades também já tivessem se desfeito, se não houvesse tanta desinformação. Por incrível que pareça, ainda é grande o número de pessoas que acredita que uma vez só não engravida, ou que sem penetração a gravidez não é possível, ou ainda que masturbação dê espinha ou pêlos etc.
É muito importante que entendamos, como pais modernos e interessados no bem estar de nosso filhos, que a adolescência é exatamente o momento em que há o despertar natural pelo sexo. É dádiva, é da idade. Os hormônios estão a mil, a pele está elétrica, a beleza da idade atrai. É muito importante, portanto, conversar muito e esclarecer – para diminuir os ricos.
Temos que considerar também outro fenômeno interessante que ocorre hoje. Alguns pais querem conversar, e são os filhos que não querem falar sobre isso com eles. Se isso ocorrer, não é caso para o desespero, nem carece ficar imaginando ou interpretando o porquê. Ou então são mais introspectivos, ficam pouco à vontade com os pais para abordar tais assuntos. O que fazer nesses casos? Dar um ou dois bons livros sobre o assunto (mesmo que eles digam que não querem), como foi dito antes, é uma boa opção. A outra é se colocar à disposição para quaisquer momentos em que eles precisem da gente (pais). É isso. Demonstrar disponibilidade, estar acessível, de modo a que eles sintam isso de uma forma concreta e muito real.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sociedade: Pais, Filhos e Drogas.

As drogas são um mal que nos envolve a cada dia. Porém, nem sempre podemos dizer que o envolvimento dos jovens com as drogas se deve as más companhias ou o descuido dos pais. Aqui teremos uma noção mais ampla do por que os jovens ingressam nesse mundo, que muitas vezes não tem volta.
Estudos apresentam algumas características comuns encontradas em famílias de indivíduos dependentes de álcool e outras drogas: dependência de drogas em múltiplas gerações; perda parental pelo divórcio, morte, abandono, encarceramento; superproteção ou excesso de controle geralmente da mãe (simbiose), pai distante, ausente ou para engajado, frio; filho desafiador, engajado com companheiros, mas que permanece até a idade adulta dependente dos pais. É importante salientar que essas características são comuns, o que significa que não são absolutas ou a regra determinante.
Os pais, ao descobrirem que um filho ou filha adolescente consome determinada droga ilícita, sentem-se profundamente culpados. Questionam a si mesmos: "Onde erramos?" Contudo, essa culpa ou esse questionamento não aparece quando se trata de uma droga lícita, como por exemplo, o álcool. O álcool, como todas as outras drogas legalizadas (tabaco, anorexígenos, tranqüilizantes, anabolizantes), possui o mesmo poder de atração das drogas ilícitas, mas não possui a mesma força de censura.
Muitos pais são inadvertidamente levados à falsa percepção, engendrada pela ideologia do consumo, de que para ser bons pais devem dar tudo materialmente aos filhos, às vezes à custa de muitos sacrifícios. Mesmo dando materialmente tudo aos filhos, as questões mais interiores do crescimento pessoal são deixadas num segundo plano. Há uma inversão de valores que somente é percebida quando aflora um problema como o de dependência de drogas, gravidez na adolescência ou envolvimento em condutas anti-sociais. Os pais nem sempre são culpados por darem de tudo materialmente aos filhos. Observa-se que pais de poucos recursos materiais também sentem culpa por não poder dar de tudo ou dar o melhor materialmente aos filhos. Apenas são ludibriados pela ideologia consumista e não conseguem compreender que são peças desse jogo ideológico.
Já observamos famílias constituídas por pais e quatro filhos na qual apenas um dos filhos tem problema devido ao uso de droga, onde os demais estão caminhando normalmente na vida. Mesmo assim, nesse caso, os pais se sentem culpados. Há de salientar que, embora frutos do mesmo casal, cada filho tem seu jeito próprio de ser.
Há famílias em que os três filhos do casal estão envolvidos com drogas, sem história de consumo de substâncias psicoativas por parte desses pais. Há pais que consomem abusivamente álcool e outras drogas, mas cujos filhos estão fora desse problema. Pelo contrário, são esses filhos que cobram mudanças dos pais e os socorrem nos momentos de crises de intoxicação aguda.
Há pais que consomem drogas na frente dos filhos. Há nessas famílias uma cultura das drogas ilícitas, geralmente maconha. Nesse caso, essa droga é considerada um produto "natural" e não uma droga química. Utiliza-se um discurso de roupagem científica, no sentido de afirmar que a maconha tem componentes medicinais e é utilizada para controle de sintomas de algumas doenças. Quando um filho inicia o uso de uma droga, não provoca alarde, nem a culpa desses pais, pois é uma conduta dentro dos parâmetros da cultura que permeia essas famílias.
Quando referimos à família, a idéia que vem a respeito é platônica, quer dizer, pensamos sempre numa família constituída por pais e seus filhos que convivem num mesmo espaço. Mas na prática não é bem assim. Há filhos que convivem com o pai e a madrasta; filhos que convivem com a mãe e o padrasto; há mães, por exemplo, que têm três filhos, mas cada filho é de um pai diferente com o qual a mãe conviveu por um tempo e agora está grávida do quarto companheiro. A prática clínica mostra que a dependência de drogas tem uma enorme variação nas famílias. A dependência de drogas pode ocorrer na filha ou no filho mais velho, no do meio, no mais novo; no filho de pais separados ou na filha ou no filho adotado.
É evidente que há pais, e não são poucos, preocupados com o desenvolvimento interior dos filhos. Há filhos que são bem criados em valores éticos, morais e religiosos e que até certa idade tinham um discurso contrário às drogas, mas que entre os 22 e 25 anos tornaram-se usuários de drogas. Há pais que são tomados de surpresa ao descobrirem que o filho ou filha está consumindo droga, embora, até a descoberta, nada de diferente foi observado no seu comportamento ou no seu relacionamento. Há pais que poucos ligam para os filhos, e estes, por incrível que pareçam, mantêm-se distantes das drogas.
De modo geral, os pais, mesmo aqueles que são consumidores de álcool ou outras drogas, não querem ter um filho ou uma filha dependente de drogas. O discurso, quando existe, é sempre no sentido de alertar sobre o problema.
Assim, há uma variação também no modo dos pais educarem os filhos. Pais que são mais rígidos quanto a determinados valores, normas, horários, etc. Pais mais flexíveis; pais permissivos; pais psicologicamente ausentes e mães neuroticamente presentes. Quase sempre a esposa é responsabilizada pelo cônjuge quando o filho ou filha apresenta problema com drogas. Essa cobrança é proporcionalmente maior quando o pai é psicologicamente ausente. Num mecanismo de atuação o pai absolve-se, nega sua omissão, justificando que delegou e confiou exclusivamente à mãe a missão de educar o filho.
Apesar das múltiplas possibilidades de escolhas que a sociedade ocidental apresenta para o indivíduo, a convivência com os familiares de origem, com os quais passamos boa parte da vida, está fora dessas possibilidades. Pais não escolhem seus filhos, e estes não escolhem seus pais. Os pais podem receber bem ou podem receber mal os filhos que geram. Os filhos também não têm escolha, pois terão que aprender a conviver com os pais. Se o ambiente social pode ser considerado um teste de múltiplas escolhas, o nascer numa família é um teste de apenas duas alternativas. A vida em família é um aprendizado contínuo que envolve a natureza do pai, a da mãe, a natureza de cada filho herdada dos pais e o ambiente ou estilo de criação dado pelos pais.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Texto 2 - Pedagogia da Geografia

O CASAMENTO DA GEOGRAFIA TRADICIONAL COM A EDUCAÇÃO TRADICIONAL

Colocado o papel do ensino de Geografia no mundo atual e o contexto alienante em que a Educação está inserida, é necessário pensarmos no rompimento desse processo de alienação. A Geografia, mesmo dentro desse contexto, não pode e não deve permitir que os alunos saiam da escola reproduzindo um sistema que os sufoca.
É sabido que durante muito tempo o ensino de Geografia caracterizou-se por ser um ensino tradicional – fundamentado na Educação Tradicional – de uma Geografia Tradicional – ambos fundamentados no método positivista analítico dedutivo-indutivo.
Mas não há como negar que os pressupostos positivistas estão impregnados na escola tradicional, pois algumas práticas pedagógicas e teorias educacionais estão alicerçadas nesses pressupostos.
O objetivo da escola tradicional é a transmissão de conhecimento, ou seja, uma preocupação conteudista. Desta forma, o aluno é visto como um agente passivo, cabendo a ele decorar e memorizar o conjunto de conhecimentos significativos da cultura da humanidade previamente selecionados e transmitidos pelo professor em aulas expositivas. O mundo é uma externalidade ao aluno, ou seja, não é dada a ele a possibilidade de sua inserção no processo histórico.
Como não considera o processo histórico, a Educação Tradicional é extremamente estática e fragmentada.
A Geografia positivista reduz a realidade ao mundo dos sentidos. “Assim, para o positivismo os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis, palpáveis. (...) A descrição, a enumeração e classificação dos fatos referentes ao espaço são momentos de sua apreensão”.
Essa postura tomada pela Geografia obedecia a lógica do contexto sociopolítico e econômico do momento em que foi institucionalizada no século XIX.
Podemos perguntar se esse atrelamento da Geografia ao modo de produção capitalista pode ser estendido para o século XXI? Acredito que sim.
Para o Estado, a Geografia tinha uma função ideológica claramente definida, ou seja, criar uma ideologia patriótica e nacionalista, conforme aponta Lacoste (1977).

sábado, 4 de abril de 2009

O que é democracia ?

Democracia (do grego demos, "povo", e kratos, "autoridade") Segundo o dicionário Aurélio:
”1- Governo do povo; soberania popular; democratismo.
2- Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição eqüitativa do poder.” “É o governo do povo, para o povo, pelo povo”. “Governo do povo” quer dizer governo com um sentido popular; “para o povo” significa que o objetivo é o bem do povo; “pelo povo” quer dizer realizado pelo próprio povo. Na democracia é o povo quem toma as decisões políticas importantes (direta ou indiretamente por meio de representantes eleitos). A Democracia surgiu na Grécia onde o governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões em praça pública para tratar de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. Neste tipo de democracia, as decisões são tomadas em assembléias públicas. Com o crescimento das populações, as reuniões em praça pública ficaram impossíveis de acontecer, surgiu, então um novo tipo de Democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe – por meio do voto - os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político. A democracia se opõe à ditadura e ao totalitarismo e reúne princípios e práticas que protegem a liberdade do ser-humano. Em seu livro “Política”, o filósofo Aristóteles analisou vários sistemas de governo, chamou de injusta a democracia (demokratia) e de justa a República (politeia). A demokratia de Aristóteles se aproxima mais da democracia direta e a politeia da democracia representativaAlguns fundadores dos EUA usaram os termos “Democracia” e “República” de forma similar a usada por Aristóteles. “República” era usada para designar a democracia representativa, que na opinião deles era a única capaz de proteger os direitos dos cidadãos, já o termo “democracia” era usado para designar a democracia direta que para eles era sinônimo de tirania e injustiça. Muitos cientistas políticos usam o termo “democracia” para caracterizar um governo que atua em favor do povo (direto ou representativo), enquanto que “Republica”, seria o sistema político onde o chefe de estado é eleito por um determinado período de tempo.Os comunistas costumam dizer que as democracias não são democráticas, pois para eles, a classe dominante é que exerce o poder. Na opinião deles, o povo é manipulado pela mídia, que faz com que a classe trabalhadora seja influenciada na hora de votar.Os comunistas acreditam que, somente em um regime socialista é que haveria uma verdadeira democracia.Não é possível contabilizar quantas democracias existem no mundo, mas estima-se que existam mais de 120.
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DE UMA DEMOCRACIA- Liberdade individual- igualdade perante a lei sem distinção de sexo, raça ou credo- direito ao voto- educação- direito ao livre exercício de qualquer trabalho ou profissão. É preciso cultivar a chamada “consciência política” em todos os cidadãos, não só nos dias de eleição, nem na época da campanha eleitoral. A medida em que o povo for adquirindo essa consciência política, nosso regime democrático vai melhorando.

terça-feira, 24 de março de 2009

Texto 1 - A Pedagogia da Geografia

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA

Ensinar Geografia nos dias atuais requer dos professores a formulação de questões centrais, tais como: para que se ensina Geografia? Por que aprender Geografia?
Alguns autores acreditam que o ensino de Geografia seja fundamental para que as novas gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo, dando à disciplina geográfica um status que antes não possuía.
A Geografia, necessariamente, deve proporcionar a construção de conceitos que possibilitem ao aluno compreender o seu presente e pensar o futuro com responsabilidade, ou ainda, preocupar-se com o futuro através do inconformismo com o presente.
Compreender a realidade significa pensar criticamente sobre ela. Geografia escolar pode também ser um instrumento de transformação, desde que se livre dos seus parâmetros tradicionais de pontos geográficos, rios, picos.
Callai (1998) aponta três motivos para se ensinar Geografia no sentido de compreender o mundo como totalidade. Assim, o primeiro motivo trata de conhecer mundo e obter informações a seu respeito. O segundo motivo é conhecer o espaço produzido pelo homem, as causas que deram origem às formas na relação entre sociedade e natureza. Por fim, o objetivo maior de ensinar Geografia é fornecer ao aluno condições para que seja realmente construída a cidadania.
Os argumentos sobre a importância ou o papel do ensino de Geografia nas escolas não podem ficar descolados do objetivo maior da Educação. De fato, não compete exclusivamente a essa disciplina o papel transformador da sociedade.
O que temos nesse silenciamento da voz da Educação é o impedimento de ações horizontalizadas, ou seja, ações pensadas e praticadas pelos professores, funcionários da Educação, alunos e comunidade. Temos, desta forma, apenas ações verticalizadas, isto é, engendradas por burocratas e altos funcionários dos poderes administrativos. O espaço escolar, nesse sentido, é repressivo e suas ações ultrapassam o limite de seus muros. Para Lefebvre (1977), a ação pedagógica corresponde e serve para reforçar a divisão do trabalho na sociedade burguesa capitalista.
Nesse sentido, acreditamos que é possível pensar na liberdade da Educação em relação ao capitalismo.
Contraditoriamente, a missão cultural do neoliberalismo, ou seja, o discurso único, nos dá as condições necessárias para a busca dessa “segunda consciência”, uma vez que cria – ideologicamente – o sentimento de impossibilidade de transformação.
O papel da Educação e, dentro dessa, o do ensino de Geografia é trazer à tona as condições necessárias para a evidenciação das contradições da sociedade a partir do espaço, para que no seu entendimento e esclarecimento possa surgir um inconformismo e, a partir daí, uma outra possibilidade para a condição da existência humana.