segunda-feira, 13 de abril de 2009

Texto 2 - Pedagogia da Geografia

O CASAMENTO DA GEOGRAFIA TRADICIONAL COM A EDUCAÇÃO TRADICIONAL

Colocado o papel do ensino de Geografia no mundo atual e o contexto alienante em que a Educação está inserida, é necessário pensarmos no rompimento desse processo de alienação. A Geografia, mesmo dentro desse contexto, não pode e não deve permitir que os alunos saiam da escola reproduzindo um sistema que os sufoca.
É sabido que durante muito tempo o ensino de Geografia caracterizou-se por ser um ensino tradicional – fundamentado na Educação Tradicional – de uma Geografia Tradicional – ambos fundamentados no método positivista analítico dedutivo-indutivo.
Mas não há como negar que os pressupostos positivistas estão impregnados na escola tradicional, pois algumas práticas pedagógicas e teorias educacionais estão alicerçadas nesses pressupostos.
O objetivo da escola tradicional é a transmissão de conhecimento, ou seja, uma preocupação conteudista. Desta forma, o aluno é visto como um agente passivo, cabendo a ele decorar e memorizar o conjunto de conhecimentos significativos da cultura da humanidade previamente selecionados e transmitidos pelo professor em aulas expositivas. O mundo é uma externalidade ao aluno, ou seja, não é dada a ele a possibilidade de sua inserção no processo histórico.
Como não considera o processo histórico, a Educação Tradicional é extremamente estática e fragmentada.
A Geografia positivista reduz a realidade ao mundo dos sentidos. “Assim, para o positivismo os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis, palpáveis. (...) A descrição, a enumeração e classificação dos fatos referentes ao espaço são momentos de sua apreensão”.
Essa postura tomada pela Geografia obedecia a lógica do contexto sociopolítico e econômico do momento em que foi institucionalizada no século XIX.
Podemos perguntar se esse atrelamento da Geografia ao modo de produção capitalista pode ser estendido para o século XXI? Acredito que sim.
Para o Estado, a Geografia tinha uma função ideológica claramente definida, ou seja, criar uma ideologia patriótica e nacionalista, conforme aponta Lacoste (1977).

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