quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A CRISE ATUAL DO SISTEMA CAPITALISTA MUNDIAL

A crise recente do sistema capitalista mundial começa a partir do aguçamento da contradição entre o nível de desenvolvimento das forças produtivas e as relações capitalistas de produção. O processo de desenvolvimento do capital produziu um considerável avanço no desenvolvimento das forças produtivas, concentrado principalmente nos países desenvolvidos. O período recente de expansão da economia americana só foi possível através da transferência de mais-valia produzida em todo o mundo e pela gigantesca expansão do capital fictício, o que mascarou a pressão decrescente da taxa de lucro. Por outro lado, o desenvolvimento das relações capitalistas de produção, ampliou sua contradição interna entre o processo de socialização da produção e o caráter privado da apropriação. A produção socializa-se cada vez mais em escala mundial, pela forma de expansão do capital internacionalizado, pela constituição das redes internacionais de produção e pela internacionalização dos processos produtivos. Esse processo desestrutura as cadeias produtivas dos países subdesenvolvidos (onde havia), centraliza o capital e precariza profundamente a reprodução da força de trabalho. A parcela da população integrada ao mercado capitalista mundial encontra-se atendida em suas “necessidades” de meios de consumo duráveis e não duráveis. Ela se constitui apenas em mercado de reposição, que é dinamizado pelo intensivo processo de obsolescência técnica e física programada pela produção industrial. A integração de maiores parcelas da população ao mercado de bens capitalistas de consumo implicaria, em primeiro lugar, na necessidade de redistribuição da mais-valia. Isso deprimiria ainda mais a taxa de lucro aguçando a contradição decorrente da própria lei do valor. Defendo que a tendência recente à estagnação capitalista não permite vislumbrar, em sua saída, um novo ciclo virtuoso de crescimento do sistema mundial. O mais provável será um longo período de estagnação com espasmos localizados de crescimento com pouca possibilidade de retorno aos “gloriosos anos dourados”.

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