quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A quase invisibilidade do professor




Por trás do trabalho de cada professor, em qualquer sala de aula do mundo estão séculos de reflexão sobre o oficio de educar.
Desde a antiguidade homens e mulheres investiram no esforço de pensar a educação e porque educar foi um dos meios pelos quais os grupos humanos asseguraram sua sobrevivência.
A educação antes era difusa e exercida por todos, com o passar do tempo os professores passaram em se concentrar em lugares específicos, as escolas.
Muitos pensadores como Aristóteles, Platão e Sócrates não tiveram suas idéias valorizadas enquanto vivos. Hoje e que são valorizados como os grandes pensadores da corrente filosófica da educação.
Falando em profissão vemos que médicos, advogados, por mas que não possuam o doutorado são chamados de Doutor e mais valorizados como seres humanos, profissionais (ate na remuneração).
A maioria dos professores são responsáveis pela chegada de qualquer ser humano ao topo profissional, mas são esquecidos pela sociedade, vemos assim que o professor exerce com dificuldade o seu grande papel na sociedade (pouco prestigio, respeito, pouco remunerado), o que torna um profissional quase invisível.

O professor tem tamanha importância que ele desperta entusiasmo em seus alunos, sem nenhuma soma de métodos sistematizados, por mas correto que sejam.

O professor tem flexibilidade para levar uma turma de 40 ou mais alunos a se tornarem verdadeiros cidadãos, mais não descobriu ainda (muitos deles a mágica da sua valorização).
Uma criança não e uma criança para ser pequena, mas para tornar-se adulta.
A democracia e preparada na escola e isso e um trabalho do professor.
O professor tem também que lidar com questões como a desmotivacao dos alunos, causando também a sua própria. Lida com o fato de que cada aluno aprende de maneira diferente e tem ainda a globalização.Com isso vemos que o mundo esta cada vez menor para o professor.Com a tecnologia o professor presencial (face a face) esta sendo substituído pelo ensino a distancia (on-line).
Não negamos a importância do ensino a distancia (on-line), pois vivemos em um mundo globalizado, mas os profissionais da educação não podem deixar de existir, pois para a formação do ser humano e necessário afetividade, contato físico e explicações reais. Hoje o capitalismo torna o ser humano individualista, sendo assim o professor presencial se faz necessário, forte para o desenvolvimento dos cidadãos.

Por mais interativos que sejam os meios, dificilmente substituíram a situação da aprendizagem escolar face a face.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A Geografia Racial e Obama


Um jovem com inclinações progressistas, boa formação e ambições políticas nos EUA contempla eventualmente algumas opções iniciais. Até onde pretende ir? Um PhD em ciências políticas, sociologia, economia? Uma carreira política? Que tipo de carreira? No Congresso, de olho em cargo majoritário onde seja capaz de fazer alguma diferença? Integrar-se a movimentos de esquerda, desenvolver uma liderança? Considerar até uma candidatura presidencial?No caso dos líderes negros relativamente bem sucedidos, a maioria optou por limitar-se a cargos legislativos. O que foi mais longe como candidato presidencial, Jesse Jackson, percebeu logo as limitações do espaço disponível. Jackson só chegou a penetrar com sucesso no eleitorado negro e de minorias (Coalizão Arco-Íris). Ganhou algumas primárias democratas. O projeto de Obama, bem mais ousado, passou pela Universidade e pela ação comunitária, antes da carreira política com um discurso além do espaço exclusivo dos negros.Como teve mãe branca - do meio-oeste tradicional - e pai africano, vivera a infância no Havaí (e na Indonésia), distante da experiência dos negros, nem ele e nem os pais foram marcados pela tragédia do racismo (trabalho escravo, linchamentos, segregação, discriminação) e pela luta dos direitos civis. Não estava entre os herdeiros naturais da liderança de Martin Luther King Jr. - Jesse Jackson, John Lewis, Andrew Young, etc.Em razão disso e da formação acadêmica - em Harvard, universidade disputada pela própria maioria branca - não apenas estava intelectualmente preparado para uma carreira diferente mas oferecia a imagem quase insólita, pela distância da percepção branca dos negros como irados, ressentidos e determinados a cobrar a fatura da escravidão e de 200 anos de injustiça, racismo, discriminação e até crueldade sádica.O partido único da ConfederaçãoA singularidade da biografia de Obama o deixava nessa posição única. Ainda que a convenção democrata de 2008 tenha sido marcada para coincidir com a data dos 45 anos do discurso "I Have a Dream de Luther King", o que favoreceu uma homenagem emocionante, o espetáculo político foi igual aos de outros anos. A rigor pouco distinguia a festa colorida tradicional do partido, produzida para a TV, na qual o candidato era sempre branco.Só foi possível um candidato presidencial negro pelo Partido Democrata em 2008 porque era Obama. A própria ligação dos negros com esse partido é um paradoxo. Abraham Lincoln era republicano. Depois do assassinato dele e do curto e caótico período da Reconstrução, o Sul foi devolvido à elite racista branca, que postergou por mais um século o fim da segregação - até defrontar-se com a batalha dos direitos civis nos anos 1950 e 1960.De certa forma a imagem do presidente John Kennedy ficou associada à causa dos direitos civis, mas as vitórias históricas dos negros vieram, ou antes dele (em 1954, com a decisão da Suprema Corte, Brown v. Board of Education, que forçou a integração nas escolas do sul, no governo republicano de Eisenhower) ou depois dele (as leis dos direitos civis e do direito de voto, no governo de Lyndon Johnson, democrata do sul).Quando assinou essa última lei, em 1965, o presidente Johnson, texano que tinha sido vice de Kennedy, fez uma declaração profética aos companheiros de partido: "É o que temos de fazer. Mas por causa disso, vamos perder o sul". A razão era simples: no sul, os estados da antiga Confederação estavam longe de ser democráticos. Eram estados racistas e, como a União Soviética, de partido único. E o partido único era o democrataReceita que faz diferençaA profecia de Johnson seria confirmada pelos fatos. Aos poucos a elite racista do sul bandeou-se para o Partido Republicano - e ainda manteve a bandeira confederada, contra a qual Lincoln lutara e morrera, a tremular simbolicamente no alto dos prédios públicos. De eleição em eleição, os democratas só perderam terreno. Nas duas últimas (2000 e 2004) o republicano George Bush ganhou em todos os estados do sul.No sul ou fora dele, os republicanos não têm hoje um único negro no Senado ou na Câmara. Em 2000, se o democrata Al Gore vencesse no seu Tennessee, no sul, nem precisaria dos votos da Flórida para derrotar Bush. Mas em 2008 Obama e sua singularidade começaram a mudar a paisagem racial do sul. Ganharam espaço no coração da Confederação. Podem vencer na Virgínia, Carolina do Norte e Flórida.Obama aprendeu as lições de King, Jackson, Lewis, Young e outros. Ainda jovem optou pela carreira política - e decidiu ir além dos limites raciais e das minorias. Apresentou-se como uma opção real, com discurso distante das franjas do sistema. Por que esgrimir agora as verdades incômodas de Chomsky. Talvez tenha até aprendido muito com elas, mas não para atrair os votos da maioria branca, sem os quais estaria impossibilitado de escrever esta página nova da história dos EUA.

Fonte:Tribuna da Imprensa.

Conhecimento Geográfico e sua
Importância Social

A Geografia tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem.
Nesse sentido, a análise da paisagem deve focar as dinâmicas de sua transformações e não simplesmente a descrição e o estudo de um mundo aparentemente estático.
O espaço considerado como território e o lugar é historicamente produzido pelo homem à medida que organiza econômica e socialmente sua sociedade. Nessa perspectiva, a historicidade enfoca o homem como sujeito produtor desse espaço. Assim, o espaço na Geografia deve ser considerado uma totalidade dinâmica em que interagem fatores naturais, sociais, econômicos e políticos.
Pensar sobre essas noções de espaço pressupõe considerar a compreensão subjetiva da paisagem como lugar, o que significa dizer: a paisagem ganhando significados para aqueles que a constroem e nela vivem; as percepções que os indivíduos, grupos ou sociedades têm da paisagem em que se encontram e as relações singulares que com ela estabelecem. As percepções, as vivências e a memória dos indivíduos e dos grupos sociais são, portanto, elementos importantes na constituição do saber geográfico.
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação a essa etapa da escolaridade e às capacidades que se espera que eles devolvam. Assim, “espaço” deve ser o objeto central de estudo, e as categorias “território”, “região”, “paisagem” e “lugar” devem ser abordadas como seu desdobramento.
A categoria território foi originalmente formulada nos estudos biológicos do final do século XVIII.
Na concepção ratzelina de Geografia, esse conceito define-se pela apropriação do espaço, ou seja, o território, para as sociedades humanas, representa uma parcela do espaço identificada pela posse.
Além disso, compreender o que é território implica também compreender a complexidade da convivência, nem sempre harmônica, em um mesmo espaço, da diversidade de tendências, idéias, crenças, sistemas de pensamento e tradições de diferentes povos e etnias.
Para professores de geografia é fundamental reconhecer a diferenciação entre a categoria território e o conceito de territorialidade. Num primeiro momento essas duas palavras podem parecer dizer a mesma coisa. Porém, o território refere-se a um campo específico do estudo da Geografia. Ambos constituem uma unidade indissolúvel, mas que não se confundem.
Enquanto a categoria território apresenta para a Geografia um sistemas de objetos, sendo básica para a análise geográfica, o conceito de territorialidade representa a condição necessária para a própria existência da sociedade como um todo.
A categoria território possui relação bastante estreita com a categoria paisagem. Pode até mesmo ser considerada como o conjunto de paisagens. É definida como sendo uma unidade visível do território, que possui identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural, contendo espaços e tempo distintos; o passado e o presente. A paisagem é o velho no novo e o novo no velho!
A categoria lugar traduz os espaços com os quais as pessoas têm vínculos afetivos. É por intermédio dos lugares que se dá a comunicação entre homem e mundo.
Assim, pode-se compreender por que o espaço, a paisagem, o território e o lugar estão associados à força da imagem, tão explorada pela mídia.
Desde as primeiras etapas da escolaridade, o ensino da Geografia pode e deve ter como objetivo mostrar ao aluno que cidadania é também o sentimento de pertencer a uma realidade em que as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo integrado (constantemente em transformação) do qual ele faz parte e que, portanto, precisa conhecer e do qual se pinta membro participante, afetivamente ligado, responsável e comprometido historicamente com os valores humanísticos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Efeitos culturais da globalização




“Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”. Quem não ouviu, no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? A globalização é um chavão de nosso tempo, uma discussão que está na moda, onde opiniões fatalistas conflitam com afirmações críticas, e o temor de uma homogeneização está no centro do debate. Suposições de uma sociedade mundial, de uma paz mundial ou, simplesmente, de uma economia mundial, surgem seguidamente, cujas conseqüências levariam a processos de unificação e adaptação, aos mesmos modelos de consumo e a uma massificação cultural. Mas há que se perguntar: trata-se apenas de conceitos em disputa ou há algo que aponte, de fato, nesta direção? Quais são, afinal, os efeitos culturais da globalização?
O processo de constituição de uma economia de caráter mundial não é nada novo. Já no período colonial houve tentativas de integrar espaços intercontinentais num único império, quando a idéia de “dominar o mundo” ficou cada vez mais próxima. Por outro lado, a integração das diferentes culturas e povos como “um mundo” já foi desejada há muito tempo e continua como meta para muitas gerações. Sob esta ótica, o conceito de globalização poderia ter um duplo sentido, se ele não fosse tão marcado pelo desenvolvimento neoliberal da política internacional.
Conforme o sociólogo alemão Ulrich Beck, com o termo globalização são identificados processos que têm por conseqüência a subjugação e a ligação transversal dos estados nacionais e sua soberania através de atores transnacionais, suas oportunidades de mercado, orientações, identidades e redes. Por isso, ouvimos falar de defensores da globalização e de críticos à globalização, num conflito pelo qual diferentes organizações se tornam cada vez mais conhecidas. Neste sentido, não se trata de um conflito stricto sensu sobre a globalização, mas sobre a prepotência e a mundialização do capital. Esse processo, da forma como ele atualmente vem acontecendo, não deveria sequer ser chamado de globalização, já que atinge o globo de forma diferenciada e exclui a sua maior parte – se observamos a circulação mundial de capital, podemos constatar que a maioria da população mundial (na Ásia, na África e na América Latina) permanece excluída.
Essa forma de globalização significa a predominância da economia de mercado e do livre mercado, uma situação em que o máximo possível é mercantilizado e privatizado, com o agravante do desmonte social. Concretamente, isso leva ao domínio mundial do sistema financeiro, à redução do espaço de ação para os governos – os países são obrigados a aderir ao neoliberalismo – ao aprofundamento da divisão internacional do trabalho e da concorrência e, não por último, à crise de endividamento dos estados nacionais. Condições para que essa globalização pudesse se desenvolver foram a interconexão mundial dos meios de comunicação e a equiparação da oferta de mercadorias, das moedas nacionais e das línguas, o que se deu de forma progressiva nas últimas décadas. A concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e pobres (48 empresários possuem a mesma renda de 600 milhões de outras pessoas em conjunto) e o crescimento do desemprego (1,2 bilhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de pessoas passam fome) são os principais problemas sociais da globalização neoliberal e que vêm ganhando cada vez mais significado.
É evidente que essa situação tem efeitos sobre a cultura da humanidade, especialmente nos países pobres, onde os contrastes sociais são ainda mais perceptíveis. Em primeiro lugar, podemos falar de uma espécie de conformidade e adaptação. Em função da exigência de competitividade, cada um se vê como adversário dos outros e pretende lutar pela manutenção de seu lugar de trabalho. Os excluídos são taxados de incompetentes e os pobres tendem a ser responsabilizados pela sua própria pobreza. Paralelamente a isso, surge nos países industrializados uma nova forma de extremismo de direita, de forma que a xenofobia e a violência aparecem entrelaçada com a luta por espaços de trabalho. É claro que a violência surge também como reação dos excluídos, e a lógica do sistema, baseada na competição, desenvolve uma crescente “cultura da violência” na sociedade. Também não podemos esquecer que o próprio crime organizado oferece oportunidades de trabalho e segurança aos excluídos.
Embora tenham sido desenvolvidos e disponibilizados mais meios de comunicação, presenciamos um crescente isolamento dos indivíduos, de forma que as alternativas de socialização têm sido, paradoxalmente, reduzidas. A exclusão de muitos grupos na sociedade e a separação entre camadas sociais têm contribuído para que a tão propalada integração entre diferentes povos não se efetive; pelo contrário, isso têm levado a um processo de atomização da sociedade. O valor está no fragmento, de modo que o engajamento político da maioria ocorre de forma isolada como, por exemplo, o feminismo, o movimento ambientalista, movimentos contra a discriminação ética e sexual, etc. Tudo isso sem que se perceba um fio condutor que possa unificar as lutas isoladas num projeto coletivo de sociedade. Nessa perspectiva fala-se de um “fim das utopias”, que se combina com uma nova forma de relativismo: “a verdade em si não existe; a maioria a define”.

Friedrich Ratzel: Hoje


Reler a obra de Ratzel hoje se torna imprescindível, pois até recentemente sua figura na historia e enigmática, sua obra pouco explorada.
Tudo isso porque a obra Ratzeliana sofre com seus interpretes que não conseguiram distinguir o que eram deles e o que eram de Ratzel. Ao selecionar as idéias do mestre não foram capazes de evidenciar o interesse que informava a seleção da obra estudada, fazendo que se formava uma imagem equivocada de sua obra. Um exemplo disso e introdução da obra Ratzel nos Estados Unidos por Miss Ellen Semple (1863-1932).
Zoólogo de origem , o professor alemão utilizou-se da obra evolucionária para explicar a relação existente entre a superfície terrestre e a história da humanidade a passagem da teoria dos organismos para fenômenos da vida humana na elaboração de sua obra aconteceu quase que naturalmente.Dentro do espírito ratzeliano,comparar o Estado a um organismo não significava assimilar um ao outro.
Tratava-se apenas de indicar ser possível,tanto na geografia como na biologia avançar na formulação de grandes construções explicativas. Ratzel acreditava que,assim procedendo, cientificamente os geógrafos seriam capazes de elucidar a história.
Para Ratzel,há na relação homem na natureza,uma dimensão política essencial que se atualiza através de instituições que são o Estado e a propriedade.O autor mostrou,na realidade, a impossibilidade de se pensar a geografia sem pensar geograficamente a propriedade do Estado.
Mas a geografia política de Ratzel não encontrou eco na universidade alemã.Nos meios governamentais,por sua vez, o pensamento ratzeliano-devido a seu caráter conceitual e metodologicamente operativo-penetrou decisivamente,mas a título de ideologia.
As idéias políticas ratzelianos atraíram,dessa forma,a atenção de cientistas políticos,em especial a de Swede R.Kjellén, que, a partir delas,fundou uma nova disciplina, a geopolítica Geopolitik após 1918.Como homem de seu tempo,a produção ratzeliana deixa transparecer a integração de fatos da modernidade,do novo modo de produção dominante já estabelecido o Capitalismo.Reler Ratzel hoje adquire,assim,conotação política dentro da disciplina. Não para se resgatar uma memória que se perdeu, mas para indicar que existem outros arranjos, além do consagrado, para as pérolas da história. Não para revelar o verdadeiro Ratzel, mas para além de romper com a visão distorcida de seus conceitos, deixar que emerjam um sem-número de dúvidas que inquietavam o geógrafo, sua religiosidade.seu questionamento filosófico. Talvez abra –se espaço, dessa forma, para redimensionar a obra do mestre dentro da geografia