sábado, 17 de janeiro de 2009

Friedrich Ratzel: Hoje


Reler a obra de Ratzel hoje se torna imprescindível, pois até recentemente sua figura na historia e enigmática, sua obra pouco explorada.
Tudo isso porque a obra Ratzeliana sofre com seus interpretes que não conseguiram distinguir o que eram deles e o que eram de Ratzel. Ao selecionar as idéias do mestre não foram capazes de evidenciar o interesse que informava a seleção da obra estudada, fazendo que se formava uma imagem equivocada de sua obra. Um exemplo disso e introdução da obra Ratzel nos Estados Unidos por Miss Ellen Semple (1863-1932).
Zoólogo de origem , o professor alemão utilizou-se da obra evolucionária para explicar a relação existente entre a superfície terrestre e a história da humanidade a passagem da teoria dos organismos para fenômenos da vida humana na elaboração de sua obra aconteceu quase que naturalmente.Dentro do espírito ratzeliano,comparar o Estado a um organismo não significava assimilar um ao outro.
Tratava-se apenas de indicar ser possível,tanto na geografia como na biologia avançar na formulação de grandes construções explicativas. Ratzel acreditava que,assim procedendo, cientificamente os geógrafos seriam capazes de elucidar a história.
Para Ratzel,há na relação homem na natureza,uma dimensão política essencial que se atualiza através de instituições que são o Estado e a propriedade.O autor mostrou,na realidade, a impossibilidade de se pensar a geografia sem pensar geograficamente a propriedade do Estado.
Mas a geografia política de Ratzel não encontrou eco na universidade alemã.Nos meios governamentais,por sua vez, o pensamento ratzeliano-devido a seu caráter conceitual e metodologicamente operativo-penetrou decisivamente,mas a título de ideologia.
As idéias políticas ratzelianos atraíram,dessa forma,a atenção de cientistas políticos,em especial a de Swede R.Kjellén, que, a partir delas,fundou uma nova disciplina, a geopolítica Geopolitik após 1918.Como homem de seu tempo,a produção ratzeliana deixa transparecer a integração de fatos da modernidade,do novo modo de produção dominante já estabelecido o Capitalismo.Reler Ratzel hoje adquire,assim,conotação política dentro da disciplina. Não para se resgatar uma memória que se perdeu, mas para indicar que existem outros arranjos, além do consagrado, para as pérolas da história. Não para revelar o verdadeiro Ratzel, mas para além de romper com a visão distorcida de seus conceitos, deixar que emerjam um sem-número de dúvidas que inquietavam o geógrafo, sua religiosidade.seu questionamento filosófico. Talvez abra –se espaço, dessa forma, para redimensionar a obra do mestre dentro da geografia

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