quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Regionalização dos espaços mundiais: repensando classificações

Classificar determinados objetos, eventos ou fenômenos implica separá-los, ordená-los e agrupá-los segundo determinados critérios e objetivos. Durante muito tempo, a Geografia, de modo geral, e a geografia escolar, em particular, operaram com classificações de países segundo seus níveis de desenvolvimento econômico-social ou organização do modo de produção. Assim, classificações de países como desenvolvidos, subdesenvolvidos, em desenvolvimento, 1º, 2º e 3º mundo, países ricos e países pobres, entre outras, povoaram os livros escolares, muitas vezes sem explicitar os critérios e indicadores utilizados ou até mesmo ficando à margem do profundo e acelerado conjunto de mudanças que vêm afetando os quatro cantos do planeta nas duas últimas décadas. Entre elas, as extraordinárias inovações tecnológicas nos meios de transporte, comunicação e informação, o advento da globalização (ainda que centrada na economia, comunicação e informação), a consolidação de conglomerados transnacionais e do sistema financeiro global (atores cada vez mais desterritorializados), o desmoronamento do “socialismo real”, surgimento ou desaparecimento de novos Estados nacionais, a emergência de redes geográficas de alcance planetário, a constituição de blocos comerciais regionais, o elevado crescimento econômico de “países emergentes” e outros. Vale a pena citar a dinâmica espacial dos circuitos ilegais da economia (sobretudo o narcográfico) e dos chamados grupos terroristas, que utilizam redes de comunicação modernas e frações de diversos territórios como base de suas operações. Também parece cair por terra a certeza de que as fronteiras nacionais estavam com os dias contados, já que recrudescem formas de vigilância e controle de acesso aos territórios, num “retorno do território” especialmente nos Estados Unidos e na Europa ocidental, não raro alegando questões de segurança nacional. Conflitos e guerras regionais, de cunho marcadamente territorial, também se inscrevem nessa lógica. Embora o uso das classificações convencionais seja freqüente tanto em manuais escolares como em veículos de imprensa, o que se recomenda é o seu uso de forma cuidadosa. Assim, reconhecer formas de regionalização - processo contínuo e desigual de diferenciação de áreas, ou constituição de regiões – dos espaços mundiais para fins de análise tornou-se tarefa muito mais complexa, para além da soma de indicadores econômicos ou do papel das nações numa dada divisão internacional do trabalho.

O que são Terremotos




Terremotos ou sismos são vibrações na crosta terrestre provocadas pela movimentação de placas tectônicas presentes na litosfera, logo abaixo da superfície da Terra. Essas placas deslizam lenta e constantemente sobre uma camada de magma chamada astenosfera. Os movimentos delas são também responsáveis pela deriva dos continentes e pela formação de montanhas e vulcões. O atrito entre as placas gera uma energia em potencial que, quando liberada, provocam vibrações que se propagam pela crosta, causando os abalos sísmicos. Há duas formas de medir a força dos tremores: pela sua magnitude e pela sua intensidade. "A primeira está associada com a energia liberada pelo terremoto, enquanto a segunda é o efeito causado por ele na superfície da Terra",

A escala Richter foi desenvolvida em 1935 na Califórnia, Estados Unidos. Ela é calculada a partir dos sismogramas (registros dos sismos) produzidos pelos sismógrafos, aparelhos que possuem sensores de vibração que monitoram a movimentação da superfície onde estão localizados. Cada unidade de magnitude representa uma energia liberada dez vezes maior que o grau anterior, ou seja, um terremoto de 4 graus na escala Richter libera uma energia dez vezes maior que um terremoto de 3 graus. Não há limites nessa escala. "Ela é aberta, isto é, vai desde menos infinito até mais infinito", afirma Célia. "O terremoto de maior magnitude já registrado foi no Chile, em maio de 1960. Sua magnitude foi de 9,6". Abaixo de 2 graus, os tremores são praticamente imperceptíveis.

Já a escala Mercalli, que mede a intensidade dos terremotos, foi proposta pelo vulcanólogo italiano Giuseppe Mercalli em 1902, e alterada em 1931, quando passou a ser chamada de Mercalli-Modificada. "Ela possui 12 graus indicados por algarismos romanos de I a XII. A intensidade não é calculada, apenas se observam os efeitos que o sismo causou na superfície, ou seja, é uma medida qualitativa dele", explica a especialista, que mostra como a escala funciona no quadro abaixo:

ESCALA DE INTENSIDADE MERCALLI-MODIFICADA (ABREVIADA)

I. Não sentido.
II. Sentido por pessoas em repouso eu em andares superiores.
III. Vibração leve. Objetos pendurados balançam um pouco.
IV. Vibração como a causada pela passagem de caminhões pesados. Chacoalhar de janelas e louças. Carros parados balançam.
V. Sentido fora de casa. Acorda as pessoas. Objetos pequenos tombam e quadros nas paredes se movem.
VI. Sentido por todos. Deslocamento de mobília. Louças e vidros se quebram. Queda de objetos. Rachadura no reboco de casas
VII. Percebido por motoristas dirigindo. Dificuldade em manter-se em pé. Sinos tocam em igrejas, capelas etc. Danos, como quebra de chaminés, ornamentos arquitetônicos e mobília; queda de reboco; rachaduras em paredes, algumas casas podem até desabar.
VIII. Motoristas de automóveis sentem o tremor. Galhos e troncos se quebram. Rachaduras em solo molhado. Destruição de torres de água elevadas, monumentos, casas de adobes. Danos severos a moderados em estruturas de tijolo, casas de madeira (quando não estão firmes com fundação), obras de irrigação e diques.
IX. Solo rachado, como "crateras de areia". Desabamentos. Destruição de alvenaria de tijolo não armado. Danos severos a moderados em estruturas inadequadas de concreto armado e tubulações subterrâneas
X. Desabamentos e solo rachado. Destruição de pontes, túneis e algumas estruturas de concreto armado. Danos severos a moderados de alvenarias, barragens e estradas de ferro
XI. Distúrbios permanentes no solo
XII. Danos quase totais

Apesar de existirem formas de medir a força dos terremotos, eles ainda não podem ser previstos pelos cientistas. "Esse é um dos grandes objetivos da sismologia". Atualmente a região que possui a maior quantidade de sismos é a que circunda o Oceano Pacífico, desde o sul do Chile até a Nova Zelândia, passando por vários países da América do Sul, Central e do Norte, além do Japão.