quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ser Professor

Esta e uma forma de homenagem a todos os professores desta cidade que sofre com falta de uma politica educacional. Citado em especial a Professora Luciana, meu apoio e estima.

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se felizpelo que aprendeu com você e pelo que ele lheensinou... Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendotodos os dias, a cada dia é única e original... Ser professor é encontrar pelo corredor com cadaaluno,olhar para ele sorrindo, e se possível, chamando-opelo nome para que ele se sinta especial... Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender... Ser professor é envolver-se com seus alunos nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção necessária...Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado. Ser professor é equilibrar-se entre três turnos de trabalho e tentar manter o humor e a competência para que o último turno não fique prejudicado... Ser professor é ser um "administrador da curiosidade"de seus alunos, é ser parceiro, é ser um igual na horade ser igual, e ser um líder na hora de ser líder, é saber achar graça das menores coisas e entender que ensinar e aprender são movimentos de uma mesma canção: a canção da vida... Ser professor é acompanhar as lutas do seu tempo pelo salário mais digno, por melhores condições detrabalho, por melhores ambientes fisicos, sem misturar econfundir jamais essas lutas com o respeito e com o fazer junto aoaluno.Perder a excelência e o orgulho, jamais! Ser professor é saber estar disponível aos colegas e ter um espírito de cooperação e de equipe na troca enriquecedora de saberes e sentimentos, sem perder a própria identidade. Ser professor é ser um escolhido que vai fazer"levedar a massa" para que esta cresça e se avolume em direção a um mundo mais fraterno e mais justo. Ser professor é ser companheiro do aluno, "comer do mesmo pão", onde o que vale é saciar a fome de ambos, numa dimensão de partilha.. Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

domingo, 24 de maio de 2009

Sociedade: Desafios atuais

Anorexia
A mídia, sem dúvida, é responsável por boa parte da tirania que o ideal do corpo esquelético exerce nas pessoas.
Para constatação dessa influência massacrante, basta verificar o grande número de revistas e periódicos, sites e programas de televisão dedicados ao culto do corpo e dos cuidados corporais. Publicações do tipo Saúde Total, Forma Ideal, Dieta Plena, etc (nomes fictícios sugestivos) multiplicam-se a cada dia.
As pessoas passam a valer o inverso de seus pesos. Não se lê com a mesma proporção com que se malha. O prazer da comida, do sorvete, do brigadeiro se contrapõe à culpa das calorias... Depois de um jantar delicioso, experimenta-se tremenda ressaca moral.
Com tudo isso, outros valores fundamentais para o desenvolvimento da personalidade humana podem estar sendo esquecidos. O ser humano moderno corre o risco de ter sua existência estreitamente limitada aos limites de seu próprio corpo. Não se transcende mais a corporeidade através da reflexão, abstração e outras atividades meditativas
O termo Anorexia pode não ser de todo correto, tendo em vista que não há uma verdadeira perda do apetite mas sim, uma recusa em se alimentar.
A Anorexia Nervosa é então, um transtorno alimentar caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão de magreza e o medo mórbido de ganhar peso.
Na Anorexia Nervosa os pacientes podem empregar uma ampla variedade de técnicas para estimar seu peso, incluindo pesagens excessivas, medições obsessivas de partes do corpo e uso persistente de um espelho para a verificação das áreas percebidas como "gordas".
A auto-estima dos pacientes com Anorexia Nervosa depende obsessivamente de sua forma e peso corporais. A perda de peso é vista como uma conquista notável e como um sinal de extraordinária disciplina pessoal, ao passo que o ganho de peso é percebido como um inaceitável fracasso do autocontrole. Embora alguns pacientes com este transtorno possam reconhecer que estão magros, eles tipicamente negam as sérias implicações de seu estado de desnutrição.
Um estranho comportamento em relação à comida pode ser exibido por alguns desses pacientes. Eles costumam esconder comidas pelos armários, banheiros, dentro de roupas ou podem preparar pratos extremamente elaborados para amigos ou familiares. Ou ainda, podem procurar empregos como garçonetes, cozinheiros ou simplesmente colecionar receitas e artigos sobre comida. A preocupação crescente com alimentos corre juntamente com a diminuição no consumo. Assim, intensifica o medo de ceder ao impulso de comer e aumentam as proibições contra ela. Padrões de pensamento pré-mórbidos assumem um novo significado, um estilo de raciocínio de tudo-ou-nada leva a conclusão de que um grama de peso ganho significa uma transição de normal para gordo.





sábado, 9 de maio de 2009

Texto 3 - Pedagogia da Geografia

GEOGRAFIA CRÍTICA E CONSTRUTIVISMO:
UM CASAMENTO “SEM FESTA”.

Nos anos 60 e durante todos os anos 70, os geógrafos mostravam-se bastante insatisfeitos com o método analítico – dedutivo utilizado nos seus trabalhos e na compreensão do mundo. Mas por que essa insatisfação?
Devemos procurar resposta na realidade daquele momento, pois a mudança de visão de mundo não se dá do indivíduo para o mundo, mas do mundo para o indivíduo. “Em verdade, não é a nossa visão de mundo que mudou; o que mudou foi o próprio mundo”. A angústia dos geógrafos e dos professores de Geografia estava nesse ponto, ou seja, esses viam o mundo se transformando e, ao mesmo tempo, não conseguiam alcançá-lo com o referencial teórico – metodológico ao qual a disciplina estava presa – o positivismo.
A necessidade de uma explicação que considerasse a totalidade mundo e a transformação da sociedade fez com que a Geografia buscasse no método materialismo histórico as suas fundamentações, pois este foi o método que permitiu que se utilizasse de ferramentas metodológicas como a periodização para a explicação da realidade.
Para Hobsbawm (1998), no materialismo histórico o ponto de partida para a análise de uma sociedade, em qualquer momento de seu desenvolvimento histórico, deve ser o modo de produção, ou seja, a forma técnico – econômica do metabolismo entre o homem e a natureza, o modo pelo qual o homem se adapta à natureza e a transforma pelo trabalho. O pesquisador deve, também, incorporar em sua análise os arranjos sociais pelos quais o trabalho é mobilizado, destruído e aloucado.
A utilização do modo de produção, conforme aponta Gomes (2000), surgiu para a Geografia como o conceito que possibilitou afastar de vez o método positivista analítico – dedutivo, afastando, também, toda carga de neutralidade científica que ele carregava.
O centro de preocupação da Geografia Crítica passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na produção do espaço, exigindo, dessa forma, a negação dos velhos pressupostos da Geografia Tradicional.
O ensino de Geografia encontrava, finalmente, com a maturidade metodológica da disciplina, as bases para a sua negação e transformação. Para Versentini (1992a: 22), a Geografia Crítica ou radical aparece.
Sob a luz da Geografia Crítica é possível que realmente se possa desenvolver um ensino que favoreça o entendimento real e concreto da ação humana através da relação espaço-tempo – e de suas múltiplas relações e determinações, procurando compreender o movimento da sociedade sobre o espaço ao longo do tempo, o que poderá ocorrer através de uma visão de totalidade, e não fragmentada, descritiva e superficial da sociedade.
Para que os ideais da Geografia Crítica tenham sucesso na escola, precisamos romper com a estaticidade, a fragmentação e a neutralidade da Educação Tradicional. O aluno precisa ser inserido na Educação não como uma “tábua rasa” ou como um elemento que simplesmente reage a estímulos vindos de fora.
O referencial teórico-metodológico do professor é extremamente importante, pois é ele que vai conduzir toda a sua prática pedagógica. Se o seu referencial for positivista, como poderá romper com a prática tradicional?
A Geografia Crítica e o Construtivismo não estão ultrapassados. Na verdade, poucas foram as suas experiências reais, o que nos permite dizer que ainda tem muito a fazer e a desvendar. Historicamente, as condições para o casamento da Geografia Crítica com o Construtivismo já foram dadas. O que ainda não aconteceu foi a sua festa. Esse é o nosso desafio.