terça-feira, 24 de março de 2009

Texto 1 - A Pedagogia da Geografia

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA

Ensinar Geografia nos dias atuais requer dos professores a formulação de questões centrais, tais como: para que se ensina Geografia? Por que aprender Geografia?
Alguns autores acreditam que o ensino de Geografia seja fundamental para que as novas gerações possam acompanhar e compreender as transformações do mundo, dando à disciplina geográfica um status que antes não possuía.
A Geografia, necessariamente, deve proporcionar a construção de conceitos que possibilitem ao aluno compreender o seu presente e pensar o futuro com responsabilidade, ou ainda, preocupar-se com o futuro através do inconformismo com o presente.
Compreender a realidade significa pensar criticamente sobre ela. Geografia escolar pode também ser um instrumento de transformação, desde que se livre dos seus parâmetros tradicionais de pontos geográficos, rios, picos.
Callai (1998) aponta três motivos para se ensinar Geografia no sentido de compreender o mundo como totalidade. Assim, o primeiro motivo trata de conhecer mundo e obter informações a seu respeito. O segundo motivo é conhecer o espaço produzido pelo homem, as causas que deram origem às formas na relação entre sociedade e natureza. Por fim, o objetivo maior de ensinar Geografia é fornecer ao aluno condições para que seja realmente construída a cidadania.
Os argumentos sobre a importância ou o papel do ensino de Geografia nas escolas não podem ficar descolados do objetivo maior da Educação. De fato, não compete exclusivamente a essa disciplina o papel transformador da sociedade.
O que temos nesse silenciamento da voz da Educação é o impedimento de ações horizontalizadas, ou seja, ações pensadas e praticadas pelos professores, funcionários da Educação, alunos e comunidade. Temos, desta forma, apenas ações verticalizadas, isto é, engendradas por burocratas e altos funcionários dos poderes administrativos. O espaço escolar, nesse sentido, é repressivo e suas ações ultrapassam o limite de seus muros. Para Lefebvre (1977), a ação pedagógica corresponde e serve para reforçar a divisão do trabalho na sociedade burguesa capitalista.
Nesse sentido, acreditamos que é possível pensar na liberdade da Educação em relação ao capitalismo.
Contraditoriamente, a missão cultural do neoliberalismo, ou seja, o discurso único, nos dá as condições necessárias para a busca dessa “segunda consciência”, uma vez que cria – ideologicamente – o sentimento de impossibilidade de transformação.
O papel da Educação e, dentro dessa, o do ensino de Geografia é trazer à tona as condições necessárias para a evidenciação das contradições da sociedade a partir do espaço, para que no seu entendimento e esclarecimento possa surgir um inconformismo e, a partir daí, uma outra possibilidade para a condição da existência humana.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Lagoa de Cima - Um ecossistema ameaçado


A Lagoa de Cima com uma lâmina d’água de 20 k2 e uma média de profundidade de 4 metros, é formado pelas águas dos rios Urubu e Morto, cujas nascentes se localizam no alto da APA (Área de Preservação Ambiental - do Imbé). A Lagoa de Cima se destaca pela sua beleza natural e clima agradável. Não tendo sido por menos, chamada de “Lago dos Sonhos” por D. Pedro II quando em sua visita ao local.
Suas terras Marginais são ocupadas por propriedades particulares e possui pequenas praias propícias à prática de esportes náuticos. Seu subsolo é rico em diatomita, mineral utilizado na indústria química como filtrante.
O escoadouro das águas da Lagoa de Cima é o Rio Ururaí hoje um canal retificado pelo DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento. Até a década de 50, do século XX, a lagoa e o rio eram utilizados como escoadouros naturais de madeiras de lei retiradas das matas do Imbé e descarregadas, através do Canal Campos – Macaé, nas “Covas d’Areia” confluência, das hoje, Av. Pelinca e Av. Barão do Rio Branco.
Com a construção de um Iate Clube, em sua margem, houve um surto de construções de casas populares, atraídas pelas oportunidades de empregos nas propriedades marginais e no próprio Iate Clube.
Com todo o desenvolvimento, o local vem sofrendo profunda ação de degradação, por falta de uma política ambiental eficaz e atuante.
A Lagoa de Cima, por possuir características diferenciadas dos outros corpos hídricos da região, vem sendo colocada nos últimos anos como grande opção turística para os campistas e moradores de outros municípios próximos. Para quem prefere à água doce e tranqüila à água salgada do Oceano Atlântico, este corpo hídrico apresenta condições ótimas para o lazer. A sua proximidade com o centro urbano da cidade de Campos, que fica aproximadamente 30 minutos, é o grande fator que tem levado os órgãos municipais a investir em uma política de Eco-Turismo promovendo assim a procura por essa área ambiental.
Desde a construção do Iate Clube, a presença dos turistas tem aumentado gradativamente nesta região, mas somente nos últimos anos com a presença de eventos municipais realizados, principalmente, no verão, é que tem se confirmado o potencial turístico desta lagoa e regiões adjacentes.

A lagoa, em toda sua extensão, vem sofrendo ação antrópica, promovida pelo uso desordenado dos seus recursos. A política de desenvolvimento turístico, não está sendo acompanhada de uma infra-estrutura e conscientização ambiental capaz de manter esse ecossistema equilibrado.
Com três acessos, dois pela BR 101, no sentido Rio de Janeiro, e um sentido no sentido Campos - São Fidelis, é fácil perceber que a degradação começa pelos morros que se situam em volta da lagoa, o plantio de cana de açúcar, seguido de desmatamento que vem se agravando, já que existem várias nascentes nessa região. Um dos projetos em andamento para preservação é o projeto Olhos d’Água, que visa à limpeza das nascentes dessa região e posteriormente o reflorestamento da área em torno das nascentes e da lagoa utilizando mudas nativas. Com esse projeto surge uma expectativa de evita erosões e assoreamento, reconstituindo assim as áreas degradadas em volta da lagoa.
A Lagoa de Cima apresenta ainda dois grandes fatores degradantes, localizados principalmente em suas margens, que são detritos deixados que vão desde produtos alimentícios a resíduos de material de construção, deixados pelos turistas e moradores, e as ocupações irregulares entorno das suas margens, já que o local e área estadual de preservação ambiental e deveria ter uma faixa limite para construções de casas e outros tipos de edificações.
Essas degradações se dão principalmente pela falta de fiscalização dos órgãos ambientais junto aos moradores e proprietários de terras localizados a margem da lagoa. Existe em boa parte da lagoa construções que não respeitam a distância mínima exigida pelas leis ambientais. Os esgotos dessas propriedades são despejados em in-natura na lagoa e os detritos deixados pelos turistas não têm uma coleta específica feita pela Prefeitura. A margem da lagoa possui 17 mil metros; no momento, a limpeza é feita de forma precária, o que aumenta os danos causado pela ação do homem.
Um dos benefícios para manutenção desse ecossistema é que já existe o diagnóstico elaborado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), que destaca aspectos do meio ambiente característico como solo, vegetação e demarcação da lagoa. Esse diagnóstico será apresentado às entidades ambientais responsáveis pela manutenção da lagoa e poderá ser definido um plano de manejo da lagoa.
Podemos concluir que é preciso avaliar toda a área de proteção ambiental da lagoa de Cima e posteriormente, executar o plano de manejo do local, mas para isso precisamos avaliar a área dentro do aspecto de exigência de uma unidade de conservação, fazendo assim uma intervenção eficaz tanto nas áreas turística, econômica como social, desenvolvendo conjuntamente com as escolas e instituições locais um estudo que mostre a importância desse corpo hídrico, não somente financeiramente, mas como para própria manutenção de condições de vida no local.
A Lagoa de Cima, assim como toda a natureza, é um patrimônio da sociedade, e precisa ser conservada para as gerações futuras.

sábado, 7 de março de 2009

A Educação em Campos

Analisado o resultado da primeira pesquisa que apontou a educação como grande instrumento que falta a sociedade Campista podemos chegar algumas conclusões. Sem analisar nenhum fator político em nossa região, que não é proposta minha, posso dizer que a educação em nossa cidade esta na UTI. A sociedade local ainda não despertou, vivemos em tempos difíceis, que o cidadão precisa de aprimoramento constante. Mas como esta a base disso tudo?. Do ensino Básico ao Universitário nossos alunos não estão aptos a analisar o que é repassado, mas sim sendo apenas depositário de informações. Será que a barreira da dominação social é intransponível? Será que estamos condenados a reproduzir as estruturas políticas, sociais e econômicas de nossa região indefinidamente?
Acredito que em nossa cidade tenham profissionais capacitados, que não precisam de favorecimentos ou indicações para transformar o ambiente escolar, em um ambiente de amplo debate social. Fiquemos na esperança de mudança, pois somente com uma estrutura educacional forte, podemos crescer e amadurecer como sociedade democrática.
Educação para a Democracia